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Disparidade de gênero em cargos de tecnologia aumenta, aponta LinkedIn

A igualdade de gênero está longe de ser uma realidade para a maioria das carreiras de rápido crescimento, como as relacionadas ao setor de tecnologia. Esta é a conclusão de um estudo global da rede social profissional LinkedIn que mapeou os 99 empregos que apresentam grandes volumes de contratação em 20 países, incluindo o Brasil.

O levantamento também indica uma queda significativa de mulheres sendo contratadas para cargos de liderança durante pandemia, resultado ao regresso de 1 a 2 anos em vários setores. Quatro áreas, no entanto, avançaram na proporção de mulheres contratadas para cargos de gestão sênior: software e serviços de TI, serviços financeiros, saúde e manufatura. Já as áreas de recreação e viagens, varejo, educação e serviços profissionais regrediram.

E quanto mais o cargo exige habilidades técnicas específicas – como ocorre na maioria das vagas de TI – maior é a diferença de gênero. Essas funções vêm sido altamente demandadas diante da rápida digitalização da economia, porém a representação feminina ao redor do mundo praticamente não sofreu alterações em dois anos.

Leia mais: Magalu e BRQ promovem capacitações em TI exclusivas para mulheres

Em computação em nuvem, por exemplo, a participação atual de mulheres em é de 14,2%, um avanço de 0,2 pontos percentuais desde 2018. Nos cargos ligados a dados e inteligência artificial (IA), elas representam 32,4%, uma queda de 0,1 pontos percentuais desde fevereiro de 2018. Os dados também revelam uma maior disparidade de gênero em outras funções, como desenvolvedores full stack, engenheiros de dados e engenheiros de nuvem.

No ano passado, as mulheres se candidataram a 11% menos empregos em relação aos homens. Elas apontam a falta de conexões certas (networking) para serem notadas pelos times de recrutamento como o principal entrave no processo seletivo. Fatores como falta de experiência e habilidades, além de competitividade do mercado também foram mencionados.

Desigualdade de gênero no Brasil

O Brasil ocupa a 93ª posição no ranking publicado em março pelo Relatório Global de Gênero do Fórum Econômico Mundial que considera 156 países. Atualmente, 61,9% das mulheres e 80,1% dos homens compõem a força de trabalho, sendo que elas representam 39,4% dos cargos de gestão no país.

Na área de saúde, a paridade de gênero foi alcançada em quase todos os níveis de ensino (98%). Na política, o cenário ainda é desigual: elas representam apenas 15,2% do total de parlamentares e apenas 10,5% dos ministros do Brasil.

Neste momento em que as empresas planejam os próximos passos para o pós-pandemia, a igualdade de gênero precisa ser considerada nas abordagens de recuperação econômica, alerta Ana Claudia Plihal, Executiva de Soluções de Talentos do LinkedIn.

“Neste caso, estamos falando de garantir que as culturas e estruturas de negócios adotem práticas com foco na diversidade e que as organizações examinem como incorporar a equidade na busca e seleção de talentos; criando processos mais igualitários para a experiência, recompensa e desenvolvimento dos funcionários”, detalha.

A implementação de políticas para permitir maior flexibilidade no trabalho, garantindo o equilíbrio entre família e carreira, é uma das iniciativas que devem ser adotadas pelas organizações. Uma pesquisa de LinkedIn mostra que as mulheres têm 26% mais chances de se candidatar a empregos remotos do que os homens.

A rede social também recomenda o uso mais cuidadoso da linguagem dos anúncios de emprego e da marca empregadora. Alguns dados do LinkedIn sugerem que 44% das mulheres se sentiriam desencorajadas a se candidatar a uma função se a palavra “agressiva” fosse incluída no anúncio. Para incentivar mais mulheres a aplicarem para os cargos, a recomendação da rede social é evitar usar uma linguagem masculina codificada para descrever cargos e funções e optar por uma linguagem aberta e inclusiva, como ‘de apoio’ e ‘colaborativa’.

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