Disney recua e permite que processo por morte de cliente siga na Justiça
Após críticas, empresa decide não aplicar cláusula de arbitragem em caso envolvendo reação alérgica fatal em restaurante do Walt Disney World
A Disney voltou atrás e decidiu que o processo por morte injusta movido por Jeffrey Piccolo, após a morte de sua esposa por uma reação alérgica em um restaurante no complexo Disney Springs, será resolvido na Justiça, e não por arbitragem. A empresa inicialmente havia solicitado ao tribunal que o caso fosse transferido para um procedimento de arbitragem, baseado na alegação de que Piccolo havia aceitado uma cláusula ao se inscrever para um teste do Disney Plus.
Em fevereiro deste ano, Piccolo entrou com uma ação judicial, acusando a Disney de não garantir a segurança de sua esposa, que morreu após ingerir um alimento no Raglan Road Irish Pub and Restaurant, um estabelecimento que promete priorizar o atendimento a pessoas com alergias alimentares, localizado dentro da área de Disney Springs, em Orlando. A defesa da Disney argumentou que, ao criar uma conta no Disney Plus e adquirir ingressos para o parque Epcot Center, Piccolo aceitou os termos que incluíam uma cláusula de arbitragem, que deveria se aplicar a todas as disputas com a empresa.
No entanto, a Disney foi alvo de críticas ao tentar forçar a arbitragem, o que levou Josh D’Amaro, Presidente das Experiências Disney, a anunciar uma mudança de postura. Em declaração ao The Verge, D’Amaro afirmou que, “dada a natureza única e sensível do caso”, a empresa decidiu abrir mão do direito à arbitragem e permitir que o processo siga seu curso no tribunal.
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Piccolo e sua equipe jurídica contestaram desde o início a tentativa da Disney de encerrar o caso por meio de arbitragem, argumentando que a cláusula era “invisível” e não poderia ser aplicada a uma situação tão grave como a morte de sua esposa.
A reação negativa da mídia e do público parece ter influenciado a decisão da Disney de permitir que o caso seja julgado judicialmente. Afinal, a postura inicial da Disney de se eximir da responsabilidade gerou controvérsia. A empresa argumentou, em abril, que não deveria ser responsabilizada pela morte, pois apenas atuava como proprietária do imóvel onde o restaurante está localizado, sem envolvimento direto em suas operações. Essa defesa foi posteriormente ampliada com a tentativa de aplicar a cláusula de arbitragem.
Com a mudança de estratégia da Disney, o processo por homicídio culposo será agora julgado no tribunal, permitindo que Jeffrey Piccolo busque compensação pela morte de sua esposa.
*Com informações do The Verge
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