A pandemia foi o mais recente gatilho para um mundo cada vez mais digital. Em 2022, 65% do PIB mundial será digitalizado, segundo a consultoria IDC. O comércio tornou-se quase totalmente eletrônico, os bancos aceleraram suas soluções digitais, as instituições de ensino renovaram suas plataformas e as novas gerações, por sua vez, já não concebem o entretenimento se não estiverem acompanhadas de uma tela. Este novo mundo, que se propõe como uma renovação em muitos aspectos, traz um desafio desde a sua origem: a falta de mulheres em cargos de decisão.
Atualmente, elas representam apenas 17% dos profissionais que trabalham nos setores de ciência, tecnologia, engenharia e matemática e apenas 5% ocupam cargos de liderança, de acordo com o Eurostat. Ou seja, assim como ocorreu na revolução industrial, a revolução tecnológica também exclui as mulheres. Não é um fato menor, considerando que os avanços atuais afetarão a maneira como as sociedades do futuro conceberão o mundo.
Culturalmente, as mulheres ficaram por muito tempo restritas há um determinado lugar, com atividades específicas e especializadas em determinadas tarefas. Quando se tratava de estudar, por exemplo, o serviço e o cuidado com os outros prevaleciam sobre as ciências exatas. Isso pode levar à perda da contribuição única que eles trazem à indústria de tecnologia.
Para aproveitar o talento, as organizações precisam reconhecer o valor da diversidade de gênero e criar ambientes inclusivos que ajudem a capacitar as mulheres para que cresçam e, consequentemente, ocupem posições de liderança.
Nos tempos complexos e dinâmicos que estamos vivendo, a diversidade de gênero significa ter mais habilidades e perspectivas na busca de soluções e resolução de problemas. Equipes com perfis diversos têm acesso a mais oportunidades de desenvolvimento e crescimento que, de outra forma, não teriam. Diferentes pontos de vista e discussões enriquecedoras levam a novas ideias e inovações que irão influenciar positivamente o negócio e as carreiras. Um estudo do Boston Consulting Group afirma que empresas com equipes diversificadas têm receitas 19% maiores.
Ainda mais importante é a participação feminina em posições de liderança para moldar um futuro da tecnologia que vai transformar a forma como vivemos, que está mais perto do que pensamos. É imperativo alcançar a equidade de gênero em diferentes áreas, como educação, tecnologia, saúde, governança, finanças, segurança, entre outras.
Existem líderes que já estão fazendo a diferença no mundo dos negócios e abrindo caminhos para que outros continuem na mesma toada. Apenas para exemplificar, Susan Wokcicki, atual CEO do YouTube; Priya Lackani, fundadora da Century Tech, que desenvolve inteligência artificial; ou Kimberly Bryant, fundadora do Black Girls Code são algumas dessas brilhantes mulheres que vêm fazendo a diferença.
Para promover a diversidade de gênero, as organizações de tecnologia introduziram programas específicos para mulheres líderes e criaram ambientes de trabalho inclusivos. Particularmente, na Progress, é realizado o “Progress for Her” (Progress para Ela, em tradução livre) que oferece às mulheres da compahia oportunidades de liderança, networking e ferramentas de influência dentro e fora da rede profissional. A iniciativa propicia um espaço de apoio para expandir suas ideias, a fim garantir um ambiente mais inclusivo.
Outros programas podem incluir coaching de pares, workshops de relacionamento, palestras de liderança ou módulos de aprendizagem individualizados.
A despeito das oportunidades que podem surgir, cabe a cada uma forjar seu lugar, mostrar seus talentos e desenvolver sua carreira. A chave para isso é que o crescimento e o desenvolvimento fazem parte do nosso compromisso.
As mulheres devem buscar de forma proativa assumir novas responsabilidades. Isso significa trabalhar em projetos críticos, compartilhar habilidades dentro e fora de equipes, orientar jovens talentos ou ingressar em grupos de usuários ou associações do setor – o que também permite que se mantenham atualizadas e expandam suas redes.
O futuro da tecnologia será impulsionado pela diversidade, fornecendo soluções e percepções exclusivas. O sucesso virá para aqueles que investirem no cultivo desse talento, criando um local de trabalho inclusivo onde as pessoas, especialmente as mulheres, se sintam capacitadas e apoiadas para fazer o seu melhor e prosperar. Algumas empresas já estão liderando esse caminho e esperamos que outras sigam, em breve, na mesma direção.
*Fernanda Murillo é líder regional de marketing da Progress na América Latina
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