CPBR 2018: brasileiros criam tecnologia que mede frequência cardíaca via webcam

Solução filtra apenas o rosto, sem necessidade de contato com a pele

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11:11 pm - 31 de janeiro de 2018

Um software capaz de informar em tempo real a frequência cardíaca do usuário somente filmando o rosto, sem nenhum contato com sua pele. Esse é o projeto desenvolvido por alunos da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), que, por meio da utilização de uma webcam, consegue mostrar em tempo real a frequência cardíaca de uma pessoa.

A aplicação utiliza dois pontos do corpo humano: a testa e a palma da mão. Israel Machado Brito Souza (foto), estudante de Engenharia de Computação na PUC Goiás, explica que a intenção do projeto deTCC é prover uma ferramenta para interpretar do ser humano com um método não obstrutivo – algo como já é feito com relógios e tecidos inteligentes. No entanto, a solução traz algumas vantagens, como a possibilidade de processamento remoto.

O software usa o processo chamado de fotopletismografia e, com um detector de luminosidade, identifica variações na tonalidade da cor da pele. “Quando o coração tem picos mais fortes, há uma variação na tonalidade da cor da pele. É possível detectar a frequência cardíaca a partir desses sensores”, explica Souza, durante participação na Campus Party Brasil 2018, em São Paulo.

O sistema detecta o fluxo sanguíneo da pessoa e, por se basear em alterações na pele, as escolhas foram a testa e a palma da mão. No primeiro caso, pois trata-se da parte do rosto que sofre menos alterações físicas, como maquiagens e barba, além de ter menos movimentos. No segundo caso, por ser a parte do corpo com tons mais claros, independentemente da cor de pele.

Além disso, o software mostra em tempo real o sinal photopletismográfico (PPG) do usuário, com um resultado similar ao sinal de um eletrocardiograma clínico.

A metodologia que norteou os testes com o software é a do sistema Polar, reconhecido medidor de frequência cardíaca. Segundo o pesquisador, os resultados foram muito similares, o que mostra a eficácia do projeto. A pesquisa resultou em artigos publicados nos EUA, sendo o último apresentado em uma conferência IEEE na Massachusetts Institute of Technology (MIT) no começo de novembro de 2017.

Aplicações

Souza destaca que o software é aberto e pensado para diversas aplicações. A primeira que já está sendo estudada é para o setor da saúde, com um projeto em parceria com pesquisadores de mestrado. “Considerando a parte de computação, a solução é mais que suficiente. Mas, para saúde, o espectro de testes precisa ser muito maior. Por isso já temos projetos com pessoas de mestrado que testarão com mais pessoas e validarão para uso na saúde”, conta.

Outros possíveis casos de uso são para software de reabilitação, espelhos virtuais, bem como games. Tudo usando o poder de detecção de emoções dos usuários.

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