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Covid-19 fez o inimaginável: Amazon quer convencer usuários a comprar menos

Não é segredo que uma das consequências causadas pela pandemia do Covid-19 seja o aumento significativo de compras on-line, por conta do período de quarentena indicado por governos de todo o mundo como a medida mais efetiva para conter a expansão do vírus.  

Como responsável por 1/3 do comércio varejista nos EUA, a Amazon está sentindo com força a demanda extrapolar sua capacidade de atendimento. 

Sabendo que isso aconteceria, a empresa já veio se preparando desde março, priorizando apenas itens classificados como essenciais (alimentos e produtos de limpeza e higiene) e contratando 100 mil pessoas para trabalhar em seus centros de distribuição. Recentemente a empresa também bloqueou a entrada de novos membros do seu programa de entregas e anunciou a contratação de mais 75 mil pessoas. Mesmo assim, o fluxo de pedidos está impraticável. 

Enquanto não consegue adaptar sua operação o novo momento — atividade que, segundo especialistas, levará no mínimo dois meses — a companhia de Seattle está abrindo mão de alguns expedientes para diminuir o número de compras. Entre eles, desestimular a compra em seu site. 

O necessário, somente o necessário

Em reportagem, o jornal americano Wall Street Journal afirma ter conversado com alguns executivos da empresa que confirmaram a estratégia e ainda deram exemplos.

No site americano, foram retirados alguns dos recursos normalmente usados para incentivar compras extras, como o widget de “recomendações populares” e a ferramenta que mostra o que outras pessoas com interesses parecidos compraram. 

Outro fator que demonstra o desinteresse por incentivar gastos é que, a menos de um mês do Dia das Mães, a empresa ainda não anunciou nenhuma mega promoção para a data, que é conhecida como uma das que mais gera gastos.  

De acordo com as fontes ouvidas, a empresa estaria prestes a cancelar as promoções para o Dia dos Pais (que neste ano acontece em 21 de junho nos EUA) e o Prime Day, que seria uma espécie de Black Friday apenas focada com o inventário da marca. 

O que acontece, na percepção dos executivos envolvidos, é que a empresa ainda está com uma grande dificuldade em adequar os serviços de entrega e logística com a demanda gigantesca de agora, criando um gargalo nas operações. 

Por isso, a empresa está se esforçando para que os usuários gastem apenas o que realmente tem que ser comprado, de forma a atender o mais rápido possível a demanda. Como consequência, a gigante removeu do site qualquer estímulo existente que apele ao consumismo. Atitude bem rara quando se fala no setor de comércio eletrônico. 

Situação complicada para os terceiros

Com a contratação de mais 75 mil pessoas, a Amazon deve, em breve,admitir o envio de produtos não-relacionados com a categoria essenciais. Mas, até lá, as empresas que dependem do marketplace da companhia para vender e que não possuem itens com essa classificação terão que esperar. 

Por hora, a companhia de Jeff Bezos está incentivando as empresas que vendem seu marketplace a utilizar soluções de despacho de outras empresas e não o seu programa Fulfilled By Amazon. De acordo com a fonte, o percentual de parceiros utilizando os serviços externos saltou de 10% para 38% nas últimas semanas. 

A notícia é significativa porque a empresa se esforçou por anos para concentrar todas as etapas de venda on-line, do pedido à entrega. Porém, como já vimos nos parágrafos acima, os tempos atuais pedem medidas incomuns. 

*Com informações da Bloomberg 

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