A quantidade de informações criadas pela internet das coisas (IoT) foi tema de discussão recente. É tão impressionante quanto os recursos que ela oferece na geração de negócios. Um estudo recente estima que a quantidade de dados gerados digitalmente no ano de 2017 caberia em uma pilha de iPads, que passariam da metade do caminho até a lua – cerca de 206 mil km de altura. Até 2020, a expectativa é de que o volume de informação criado seja suficiente para se fazer seis pilhas completas, um crescimento absolutamente impressionante.
Para empresas que entregam serviços, e que têm a capacidade de coletar e analisar esses dados, existem duas possibilidades para gerar diferenciação: entrega proativa de serviços e redução de risco.
No futebol, temos uma máxima que diz que a defesa é quem ganha o jogo. Mas no mundo empresarial, ficar esperando para ver o que vai acontecer, geralmente deixa a empresa à mercê dos competidores. A habilidade de identificar padrões e modelar ofertas baseadas nas informações coletadas é o que poderá determinar o sucesso frente ao mercado.
A indústria de Gestão de Frotas é um bom exemplo disso. Ser capaz de prever demandas futuras é essencial para evitar estagnação e atender requisitos dos clientes. Dados extraídos de dispositivos IoT, como tendências de distância das viagens, entregas realizadas etc; permite que empresas realizem decisões sobre seu crescimento e determinar quando há necessidade de contratação de novos motoristas e veículos.
Com sensores monitorando todos os aspectos das condições do veículo, gestores de frota podem usar estas informações para avaliar as tendências e realizar manutenção proativamente, prevenindo custos mais elevados em um segundo momento. Mais do que isso, é possível ter uma visão ainda mais clara no impacto do tempo de vida útil dos veículos baseados em peso, rota, região, forma de dirigir etc.
Dados derivados de Soluções de Rastreamento podem ir além do próprio veículo, ao serem usadas para aprender mais sobre o tipo de carga que está sendo transportada. Por exemplo, caminhões carregando bens perecíveis podem coletar dados de variação de temperatura. Este simples fato pode contribuir para melhor tomada de decisão para garantir diminuição na perda de alimentos perecíveis em dias de calor.
Talvez nenhuma indústria precise tanto prever riscos quanto a indústria de seguros, e a internet das coisas traz às estas empresas uma clareza muito grande em relação aos riscos que estão expostos. Decisões baseadas em dados de situações que talvez possam acontecer, contribuem com geração de receita, além de contribuir com a redução e prevenção de problemas antes mesmo que eles aconteçam.
Mais seguradoras estão coletando e utilizando informações vindas de novos modelos de negócio, onde clientes utilizam dispositivos e sensores ligados à IoT em suas residências.
Em alguns casos, estes sensores estão ligados às partes estruturais das casas, como canos e caixas d’água, que permitem rápida identificação de atividades pouco convencionais como vibrações e vazamentos. No ramo de seguro automotivo, os carros conectados podem receber notificações caso estejam passando por áreas com risco de alagamento.
Com o aumento da utilização de aplicações IoT, as seguradoras poderão cada vez mais contar com as informações provenientes de dispositivos e sensores para prevenir situações de risco, reduzir o número de sinistros, e potencialmente salvar vidas.
Com as informações que serão extraídas destas aplicações, as seguradoras poderão determinar tendências de comportamento e consequentemente serão capazes de rever seus modelos de negócio, baseados em informações que não seriam possíveis de serem coletadas sem tais tecnologias.
Informações de IoT têm o potencial para entregar proativamente serviços e reduzir riscos – o elemento chave é ter a possibilidade de coletar e analisar os dados permitindo tomada de decisão rápida e diferenciação dos competidores. Fique atento!
*Sérgio Souza é managing director da Kore Wyless TM Data
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