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Com mudanças na cultura, IBM prepara-se para futuro do trabalho

“Casa de ferreiro, espeto de pau” é um ditado que a IBM não deseja que se aplique aos seus negócios. Há cinco anos, a companhia iniciou um projeto interno de transformação digital para se adequar às demandas do mercado. E Luciano FaustinoniCIO da IBM para América Latina que, na época, respondia como líder de aplicações —pôde acompanhar de perto esse momento de mudança da empresa. 

“Percebemos a necessidade de transformar a cultura de TI para uma cultura mais ágil, até mesmo para estarmos preparados para atender ao mercado com os padrões que começavam a ser exigidos” explica.  

Desde então, a empresa vem realizando diversas melhorias internas até chegar aos dois projetos responsáveis por conceder à Faustinoni o prêmio de Executivo de TI do Ano 2020, da IT Mídia e Korn Ferry, na categoria Indústria Digital: TI e Telecom. O primeiro foi redefinir toda a arquitetura de sistemas da empresa para um modelo híbrido na nuvem e segundo a expansão da cultura digital da marca. 

O futuro já chegou

Para modernizar a arquitetura interna (que conta com sistemas legados que chegam aos 25 anos de vida), a companhia nomeou um responsável pela área, que ficou encarregado de criar soluções baseadas em nuvem capazes de conversar com os sistemas antigos e proporcionar uma melhor experiência para os usuários. 

“Um exemplo que posso citar é o portal que temos para uso de parceiros que fazem o processo de vendas de hardware”, contextualiza o CIO. “Trata-se de uma aplicação nativa na nuvem, mas ao ser conectada com aplicações legadas, consegue fornecer mais informações aos usuários, permitindo que eles acompanhem todo o processo.” 

Já no aspecto de mudança de cultura, a companhia realizou transformações em diversas esferas: investiu na capacitação de profissionais que já eram “de casa” e trouxe profissionais especializados em tecnologias pouco exploradas na empresa.   

Ao mesmo tempo, foram realizados workshops de conscientização e capacitação para assuntos como inteligência artificial, ciência de dados e blockchain. Em 2019, afirma Faustinoniforam mais de 20 mil horas de capacitação apenas para a equipe de TI.  

Outra transformação significativa quando se fala em cultura está relacionada com a mudança de mentalidade da área, que adquiriu nos últimos anos uma abordagem voltada para competitividade. “Na IBM, não fazemos mais projetos de TI, e sim projetos de negócios. Essa mudança implicou na necessidade de desenvolver os líderes de tecnologia para ter uma visão voltada para os negócios em todos os projetos futuros”, contextualiza. 

Diversidade corporativa

Em conjunto com esse processo de transformação digital, um aspecto ressaltado pelo CIO foi o trabalho de inclusão que a IBM vem realizando nos últimos anos.  

Na área de TI, a empresa quadriplicou o número de pessoas com deficiência física nos últimos dois anos, o que vem gerando uma troca de experiências bastante positivas. Um exemplo citado por Faustinoni é que, ao integrar profissionais surdos na companhia, alguns integrantes da equipe se engajaram em aprender a linguagem de sinais para conversar com os outros colegas.  

A iniciativa mais recente nesse sentido é um projeto de neurodiversidade, no qual a IBM vem contratando profissionais que estejam no espectro autista. Condição na qual, em determinados casos, a capacidade lógica da pessoa se torna bastante apurada. Atualmente, a companhia conta com 12 contratações que se enquadram público. 

“O que eu aprendi como líder e tenho trazido para os times que coordeno é que não é possível obter um ambiente de inovação se não houver diversidade. Diversidade não só de raça ou gênero, mas também de história”, afirma o executivo. 

Caminho aberto para o open source

Para 2020, a IBM planeja levar pelo menos 50% da sua arquitetura para a nuvem, a fim de aumentar as possibilidades de uso das suas aplicações. Outro objetivo da empresa está no avanço de ferramentas open source, que será impulsionado com as soluções trazidas pela Red Hat, empresa referência na área comprada pela Big Blue em 2018. Com esses fois esforços, a firma pretende acelerar sua jornada para o mundo de cloud computing. 

Em paralelo, a empresa investirá na capacitação dos seus funcionários para novas tecnologias, para contar com uma força de trabalho capaz de atender às demandas do futuro. 

Essas diretrizes, na percepção de Faustinoni, são essenciais para o futuro do trabalho. “Temos de pensar constantemente em cultura e capacitação para entender como o negócio funciona hoje e como ele será impactado no futuro, para que seja possível reinventar o modelo de negócio”, finaliza. 

Finalistas do prêmio Executivo de TI do Ano 2020, na categoria Indústria Digital – TI e Telecom

1º Luciano Faustinoni, IBM Brasil 

 Carlos Maurício Ferreira, Algar Tech 

 Andre Kriger, Vivo 

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