Com divisão de infraestrutura reformulada, Lenovo aposta em edge computing

Novos equipamentos e sistemas hiperconvergentes da Lenovo ISG fazem parte de estratégia ‘fim a fim’ e reforçam serviços e atuação com canais

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8:18 pm - 07 de abril de 2021
Rodrigo Guercio, Lenovo Rodrigo Guercio, country manager da Lenovo (Foto: Divulgação)

Se as organizações e pessoas estão cada vez mais digitalizadas e exigem mais capacidade computacional, os fabricantes de infraestrutura tecnológica precisam atender. É o que a Lenovo buscou fazer nesta quarta (7) ao anunciar novidades no portfólio de infraestrutura hiperconvergente e de serviços em uma coletiva de imprensa – incluindo equipamentos mais poderosos e eficientes, inclusive voltados para computação de borda (ou edge computing).

O conjunto de soluções anunciadas hoje prometem ajudar clientes no processo de transformação digital. Além de novos serviços de consultoria e design, foi apresentada uma plataforma hiperconvergente para clientes que trabalham com conjuntos de dados extremamente grandes, certificada para SAP HANA, a ThinkAgile VX. Promete uma implementação 75% mais rápida de um cluster VX – menos de 4 horas, em comparação com o tempo anterior de 16 horas, graças a uma nova ferramenta de implementação.

Em parceria com a Nutanix, a ThinkAgile HX1021 edge solution quer permitir implementações em locais fora do data center, incluindo locais pouco apropriados para este tipo de solução: segundo a Lenovo, ele consegue suportar temperaturas de 0 a 55°C, e tolera bem poeira e vibração.

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“Quando falamos de computação de borda, temos que criar um sistema que consiga suportar um ambiente não adequado. Esse servidor foi criado com esse propósito, pode ficar no chão de fábrica para captar dados, por exemplo, ou em um escritório remoto sem infraestrutura de data center”, explica Gustavo Yazbek, gerente de vendas técnicas da Lenovo.

Foram apresentados também quatro novos servidores com processadores expansíveis Intel Xeon de 3ª geração, recém-lançada. Foi ampliado ainda o portfólio de servidores ThinkSystem com processadores Epyc, da AMD. São soluções que prometem desempenho 25% maior que na geração anterior.

Além desses sistemas com processadores das gerações mais recentes de Intel e AMD, a empresa chinesa reforçou a aposta no TruScale – marca utilizada para os serviços (as-a-service) baseados nos portfólios ThinkSystem e ThinkAgile. Segundo Rodrigo Guercio, country manager da empresa no Brasil, todas as soluções anunciadas nesta quarta são consumíveis de forma flexível nessa modalidade. A promessa é a capacidade de lidar com “qualquer carga de trabalho ou implementação”, com a vantagem do pay-as-you-go (pagar de acordo com a utilização).

“Para não deixar dúvida, 100% do portfólio de ISG [Infrastructure Solutions Group] pode ser consumido nesse modelo, pagando pelo que especificamente é usado”, explica. O TruScale promete funcionalidades semelhantes às da nuvem, com controle e segurança de uma solução local. O objetivo é prover capacidade adicional pronta para uso e bilhetado segundo o consumo de energia, segundo o executivo.

Mudança estrutural e canais

Guercio aproveitou a coletiva para detalhar a mudança de estrutura global da companhia e de posicionamento: a empresa quer ser conhecida pela oferta de “transformação”, que se torna cada vez mais comum no mercado de TI. A Lenovo Data Center passou a se chamar Lenovo Infrastructure Solutions Group (ISG), e tenta refletir um portfólio que vai “do edge, passando pelo core até o cloud”, e inclui também “celulares da Motorola até data centers”. A Motorola faz parte da divisão mobile da Lenovo desde 2014, quando foi comprada do Google por US$ 2,91 bi.

“O nome está sendo alterado porque não vamos olhar mais somente o que está no data center. Tudo que incorpora computação de borda e integração, e todo software necessário, também passa a compor o ISG”, explica o executivo. Segundo ele, a organização permite mais foco em várias verticais de indústria, com maior grau maior de especialização, e simplifica o relacionamento com os canais.

O country manager apresentou alguns resultados da operação brasileira da Lenovo em 2020, aproveitando o fechamento do ano fiscal ocorrida em março. No segmento de servidores, a empresa cresceu 96% com relação a 2019. Ocupa 20% de market share (segundo o IDC) no segmento de servidores em arquitetura x86.

“É uma marca histórica, que vem junto com KPIs internos muito importantes também”, disse. “Não é uma conquista única, demonstra o comprometimento com o mercado nacional e com o que a gente quer construir.”

Também houve crescimento no ecossistema de canais. Apesar de não revelar números absolutos, a Lenovo aumentou em 28% em 2020 o número de canais certificados, mesmo após um movimento de “racionalização” que reduziu o número de distribuidores e parceiros a partir de 2019. O objetivo foi aumentar a capacidade desses canais, que agora podem inclusive vender serviços do portfólio TruScale – que até aqui havia sido ofertado pela Lenovo apenas de forma direta.

“De forma muito honesta, queríamos um contingente de parceiros comprometidos e que tivesse níveis otimizados de certificação. Tivemos um crescimento expressivo de parceiros certificados em nossa tecnologia no Brasil”, explicou o country manager. O crescimento se refere a “parceiros que são 100% novos ao ecossistema da Lenovo, que não transacionaram com a Lenovo em nenhum momento na história ou pelo menos nos últimos 3 anos.”

atualizado em 08/04, às 14h10, para esclarecimentos sobre a relação da Lenovo com a Morotola

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