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Com blockchain e outras tecnologias, FPS mantém operações durante a crise

Por influência de um amigo muito próximo, Marcone Barros entrou no mundo da Tecnologia da Informação por meio de um curso técnico que deu a ele a oportunidade de atuar como desenvolvedor de software. Foi se aprimorando até que, em 2009, foi convidado para coordenar o departamento de TI da Faculdade Pernambucana de Saúde, realizando projetos em diversas frentes para melhorar a experiência e ensino e também otimizar processos da empresa. E foi uma série de iniciativas realizadas neste ano que deram à Barros (e a FPS) o título de vencedora do prêmio ‘As 100+ Inovadoras no Uso de TI‘, na categoria Educação, e ocupando a 10º posição no ranking geral. 

Chamado Rápido para aprender, adaptar e fazer, o case apresentado envolveu uma série de adaptações feitas para que a instituição de ensino pudesse dar continuidade ao seu calendário escolar, tanto o cronograma de aulas como processos seletivos e matrículas.  

 

Para isso, Barros e sua equipe fizeram customizações em produtos que já eram utilizados pela empresa e também investiram no uso de apps e tecnologias como blockchain para efetuar de forma on-line atividades antes 100% presenciais. 

Fazendo e aprendendo

Questões como implementação do trabalho remoto e aulas on-line não foram um problema para a faculdade, que já havia desenvolvido soluções para ambos os casos e precisou apenas escalar o uso. Barros explica que, dentro da questão das aulas, o único cuidado feito foi disponibilizar ao time de professores uma equipe 100% dedicada para resolver problemas durante as aulas. 

O primeiro grande desafio apresentado ao time de TI foi encontrar uma forma de operacionalizar o vestibular de junho, que precisaria ocorrer de forma 100% on-line. Após algumas pesquisas, a FPS optou por utilizar uma plataforma omnichannel, adquirida para outra função, e customizá-la para suportar todo o processo. O trabalho de adaptação foi feito lado a lado com a equipe de educação, para encontrar o formato que melhor representasse a experiência física e respeitasse os aspectos educacionais que envolvem a realização de uma prova. 

Barros conta que o processo de implementação foi bastante corrido: tivemos que desenvolver um sistema para inscrição de vestibular e, como ele leva um certo tempo para ficar pronto, a gente teve colocar os sistemas à medida que o vestibular ia acontecendo. Primeiro, lançamos o sistema de inscrição e, durante esse tempo, estávamos fazendo o sistema de classificação, que envolvia se conectar com a base do Inep [para extrair a nota do aluno no Enem] e depois focamos no sistema de matrícula on-line. 

Assim como ocorre em outras instituições de ensino, a matrícula para o ingresso na FPS demanda a presença física do aluno e a entrega de diversos papéis. Para viabilizar esse processo de forma online, a instituição utilizou os serviços da startup Original My, que usa tecnologia blockchain para criar um processo de autenticação e validação de dados. “O blockchain garante um processo de imutabilidade da informação dos documentos, e o rastreio dessa informação é muito seguro”, afirma o executivo. 

Com essas medidas, tanto o processo seletivo (que contou com 3 mil candidatos) como a realização da matrícula foram realizados de forma satisfatória dentro da Faculdade Pernambucana de Saúde.  

A última iniciativa registrada no case começou a ser delineada em julho, quando o governo de Pernambuco autorizou a volta de aulas práticas dentro de instituições de ensino. Para mitigar as chances de contágio dos alunos, professores e profissionais que trabalham em áreas de suporte, a FPS contratou os serviços da Salvus, companhia que desenvolveu um app no qual o usuário responde perguntas sobre atividades fora de casa e o seu estado de saúde.  

De acordo com as respostas, o sistema faz um cruzamento de dados e indica quais pessoas tiveram maior chance de contágio com a Covid-19 “Dependendo do caso”, explica Barros “a equipe entra em contato com a pessoa e pede para que ela fique em casa.” 

Novas frentes de trabalho

No momento atual, a FPS se concentra em duas frentes: ampliar a integração dos sistemas criados nos últimos meses com as demais soluções que a instituição de ensino usa e expandir a solução de blockchain para usá-la como validador em atividades como assinatura da lista de presença e cartão de entrada na instituição. 

Barros ressalta que todas as implementações só puderam ser realizadas com sucesso dentro de um espaço tão curto de tempo por conta do comprometimento e empenho da equipe de TI, composta por 21 pessoas. “Eles foram simplesmente extraordinários. Se adaptaram de forma muito rápida a todas as mudanças e se mostraram muito disponíveis para ajudar em qualquer momento e horário. Até mesmo os professores vieram falar comigo para elogiar essa entrega do time”. 

Já pensando no futuro, a FPS está desenvolvendo soluções que envolvam uso de tecnologias como inteligência artificial e realidade aumentada para melhorar a experiência de ensino dos alunos. De acordo com o gerente de TI, o trabalho a ser feito envolve utilizar a tecnologia como um facilitador para todas as áreas da faculdade. 

“O mundo é responsivo e as mudanças rápidas e constantes exigem que as organizações adotem o caminho da transformação digital. Mas as novas dinâmicas do mercado não estão centradas apenas nas TIC’s: é importante focar sempre na sociedade e no consumidor final, porque é através deles que os modelos organizacionais precisam ser repensados e reinventados. Na educação, isso não é diferente.” 

Finalistas da categoria Educação

1º Marcone Barros – Gerente de TI, Faculdade Pernambucana de Saúde FPS 

2º Vinícius Bozzi Nonato – CEO, IGTI – Instituto de Gestão e Tecnologia da Informação 

3º Marcos Sanchez – Diretor de Digital e Tecnologia, Saint Paul | LIT

 

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