Cloud computing promove disrupção no modelo tradicional de outsourcing
O mercado global de outsourcing de TI desacelerou entre janeiro e março deste ano. O montante total de contratos somou US$ 3,5 bilhões em todo o mundo, queda de 27% em comparação com igual período do ano passado e o menor valor para um primeiro trimestre desde 2004, de acordo com dados do Information Services Group (ISG).
As empresas da Índia, que foram pioneiras da indústria de outsourcing, já começam a sentir os impactos dessa queda, em grande parte em razão do aumento da busca por cloud computing.
Reportagem publicada no jornal The Wall Street Journal mostra que nos últimos anos, a indústria de tecnologia na Índia tem-se esforçado para tornar-se menos dependente dos serviços de um exército de programadores de baixo custo, em vez disso estão tentando desenvolver capacidades em software de automação, analytics, big data e cloud computing. Para isso, estão investindo em aquisições.
Essas compras têm sido em grande parte impulsionadas pelo desejo de entrar em novos mercados e segmentos de indústria ou para rapidamente expandir os negócios. Às vezes, as aquisições são alimentadas por contratos grandiosos, que lhes permitem comprar as divisões de seus clientes de software in-house.
Das 37 aquisições que as seis maiores empresas de terceirização baseadas na Índia realizaram nos últimos cinco anos, a partir junho de 2010, apenas sete estiveram relacionadas à compra de novas tecnologias, aponta relatório da Mumbai Ambit Capital.
A Accenture, por exemplo, adquiriu 38 empresas nos últimos cinco anos, cerca de metade dos quais ajudaram a construir novas tecnologias para a empresa, de acordo com o relatório. No mesmo período, a Tata Consultancy Services, maior empresa de serviços de outsourcing da Índia, adquiriu cinco negócios, dos quais um deles adicionou capacidades no segmento de tecnologia de supercomputação, segundo o mesmo relatório.
A Wipro comprou quatro empresas durante o mesmo período. E a quarta maior empresa de terceirização da Índia, HCL Technologies, não se aventura nas compras há cinco anos, mostram os dados da pesquisa.
A Tech Mahindra levou nove companhias durante o período estudado, todos com o objetivo de fortalecer capacidades tradicionais de seu portfólio, como business process outsourcing e serviços de gestão de rede, disse a Ambit Capital.
Algumas empresas estão apostando na inovação. A Infosys, por exemplo, segunda maior exportadora de software da Índia por vendas está colocando em prática alguns progressos depois da chegada de seu novo Chief Executive Officer (CEO), Vishal Sikka.