Uma boa parcela dos CIOs tem feito um caminho reverso em direção à nuvem. Segundo estudo “State of Application Strategy 2022”, realizado pela F5, 67% dos CIOs e CSOs afirmaram que ou já estão repatriando algumas aplicações da nuvem pública para ambientes on-premises ou planejam fazer isso nos próximos 12 meses. No estudo de 2021, esse número era de apenas 27% do universo pesquisado. A pesquisa foi realizada com 1500 CIOs e CISOs de todo o mundo, sendo 78 executivos brasileiros.
“Temos visto isso acontecer no Brasil”, observa Beethovem Dias, Solutions Engineer da F5 Brasil. “São empresas que compreendem o valor da infraestrutura multicloud, mas, por diversas razões, entendem que as garantias de continuidade de negócios exigem que algumas aplicações retornem para sua nuvem privada”.
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Para Dias, o ambiente on-premises costuma ser muito conhecido pelo time de TI e Segurança, sendo gerido com um alto grau de maturidade. “As práticas de Site Reliance Engineering, SRE, colaboram com esse quadro – várias organizações têm buscado implementar processos dedicados a aumentar a confiabilidade das aplicações de forma a resolver problemas e responder a incidentes de forma proativa”. Vale destacar que 95% das empresas que adotam práticas SRE planejam repatriar aplicações. Desse total, 74% já realizaram essa operação.
O modelo multicloud continua, porém, se expandindo. 77% dos entrevistados afirmaram rodar aplicações em múltiplas nuvens. Entre as principais preocupações que assolam os gestores de aplicações rodando em múltiplas nuvens estão: visibilidade (45%), segurança (44%), migração para a nuvem (41%) e otimização de performance (40%).
O estudo ainda identificou um gargalo preocupante no que diz respeito à segurança das aplicações. Diante de problemas de performance, as empresas optam por desligar os controles de segurança da aplicação de missão crítica, com 76% dos entrevistados afirmando realizar essa operação.
A preponderância da performance sobre a segurança pode ser explicada pela forte dependência que os negócios têm da TI. “Uma campanha de marketing é, tipicamente, desenvolvida com muita rapidez e irá consumir recursos digitais de uma forma crítica, por um tempo limitado. É possível que a busca por performance seja de tal importância que a segurança será colocada num segundo plano”, analisa Dias.
Na visão do engenheiro, isso aumenta a vulnerabilidade da empresa a ataques digitais. A conclusão é que grande parte da comunidade de ICT Security ainda está inserida na cultura “segurança ou performance.
“Falta conhecimento sobre soluções de segurança que protegem a aplicação e, simultaneamente, aceleram a performance. São ofertas baseadas em recursos de Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning (ML) que entregam, aos usuários lícitos, a melhor performance possível”, detalha Dias.
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