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CIO da TIM: nuvens de Microsoft e Oracle eram ‘tecnicamente vantajosas’

Em dois anos, todas as aplicações e serviços corporativos da TIM estarão na nuvem – para ser mais exato, nas nuvens de duas grandes provedoras globais, a Microsoft e a Oracle. O ambiente multicloud é, segundo a operadora, um movimento que antecipa os rumos do mercado e que faz parte da estratégia de transformação digital da organização, cujos atuais data centers estão localizados em Santo André (SP) e no bairro de São Cristóvão, no Rio de Janeiro (RJ).

O acordo entre as big techs e a operadora foi anunciado com pompa essa semana. Segundo Auana Mattar, a CIO da TIM, a transferência para a nuvem será completa, com todas as aplicações de negócio e que suportam produtos. A migração faz parte de um plano estratégico que envolve digitalizar todos os processos, desde atendimento e relacionamento até operações internas como faturamento e gestão de plataformas digitais.

“É um trabalho que combina trazer eficiência e garantir que [os workloads] sejam otimizados em termos de performance, armazenamento e testes. E a gente não pode impactar nada do negócio. Estou trocando a roda com o caminhão na estrada”, conta a executiva em entrevista ao IT Forum.

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Enquanto da Azure da Microsoft a empresa espera utilizar recursos inovadores como inteligência artificial, da Oracle a expectativa é contar com a capacidade dos bancos de dados transacionais. São atualmente quase 8 mil workloads da operadora rodando na infraestrutura atual e que precisarão ser migrados ou transformados.

“Para nós [o acordo] era vantajoso tecnicamente. Foi um win-win [ganha-ganha] para todo mundo”, diz a CIO da TIM. “Tomamos uma decisão totalmente pragmática.”

Essa mudança diz respeito a colaboração entre dois concorrentes para ganhar um grande contrato. Apesar de não revelar cifras, Auana diz que a expectativa da TIM é obter economia de 25% nos custos recorrentes de TI.

“Fizemos uma análise de mercado colocando todos os players. Os de nuvem eram vários e chegamos aos gigantes. Todos os players entraram no processo, todos”, conta a CIO. “Analisamos tecnicamente nossas demandas de workloads, nossos SLAs e, obviamente com o time comercial, surgiu essa parceria que creio inédita e que revela um pouco do mundo digital. É viver na ambiguidade, porque são dois concorrentes que se unem para ganhar um deal.”

Para a executiva, a colaboração entre concorrentes reflete uma nova dinâmica do mundo digital e da qual mesmo a TIM não pode escapar. “É um projeto inovador para todos nós. Todo mundo quer fazer dar certo porque as possiblidades no futuro são imensas”, diz. “Mas briga vai ter”, completa rindo.

Migração e nova cultura

A migração das aplicações para os ambientes Azure e da Oracle será, segundo a TIM, facilitado pela parceria global de interoperabilidade em nuvem que as duas empresas já possuem. O projeto utiliza um conceito de suporte integrado em que a conexão entre os data centers das duas empresas gera uma experiência única. É possível executar processos em ambos os ambientes com redundância.

“Nosso objetivo é descomissionar de fato os data centers”, resume Auana. Mesmo que a chegada do 5G eleve as possibilidades de serviços envolvendo IoT e edge computing, eles podem ser feitos em nuvem, lembra a executiva.

Deixar de administrar data centers também é vantajoso do ponto de vista econômico. Com margens cada vez mais estreitas, conforme os serviços de telecomunicações se tornam comodities, a opção da TIM é reduzir custos indo para a nuvem.

“Nós somos um negócio super CAPEX intensive, e como resolver e maximizar isso? Tirar daqui de dentro o que não é nosso core para ter dinheiro e investir no que é estratégico”, diz. “Isso requer desapego e dá um certo frio na barriga, mas é necessário.”

Desapego? O uso do termo emocional denota uma mudança também cultural na operadora? Segundo a CIO da TIM, sim. E foi uma mudança desencadeada pela pandemia, em que a demanda elevada por serviços de comunicação também fez a organização repensar a operação diária.

“Estamos tirando de dentro [da operação] algo que não é nosso core. Não queremos ficar falando de cabeamentos. Nosso core é serviço, investir no digital, em experiências de atendimento diferenciadas”, reitera.

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