China mira Nvidia com investigação antitruste

Última vez que a China iniciou investigação antimonopólio contra uma empresa estrangeira de tecnologia de grande porte foi em 2013

Author Photo
4:20 pm - 09 de dezembro de 2024
Imagem: Shutterstock

A China informou nesta segunda-feira (9) que iniciou uma investigação sobre a Nvidia, por suspeitas de violações da lei antimonopólio do país, em um movimento amplamente visto como um contra-ataque às mais recentes restrições de Washington ao setor de chips chinês.

Segundo a Reuters, o comunicado da Administração Estatal para Regulação do Mercado (SAMR) anunciando a investigação não detalhou de que forma a empresa norte-americana, conhecida por seus chips de inteligência artificial (IA) e jogos, poderia ter violado as leis antimonopólio da China.

A SAMR afirmou que a fabricante de chips dos EUA também é suspeita de violar compromissos assumidos durante a aquisição da empresa israelense de design de chips Mellanox Technologies, conforme os termos estabelecidos na aprovação condicional do acordo em 2020 pelo regulador chinês.

Leia também: Violações de dados geram perda de 18% no PIB nacional, diz INCC

A Nvidia não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. As ações da empresa caíram 2,2% nas negociações de pré-mercado em Nova York após o anúncio do regulador chinês.

A investigação ocorre depois de os EUA terem lançado, na semana passada, seu terceiro ataque em três anos contra a indústria de semicondutores da China, impondo restrições de exportação a 140 empresas, incluindo fabricantes de equipamentos para chips.

Exportações

Como um sinal de que a China pretende contra-atacar com força as últimas medidas, logo após o anúncio de Washington, Pequim proibiu exportações aos Estados Unidos de minerais críticos como gálio, germânio e antimônio.

Pequim afirmou nesta segunda-feira (9) que está investigando supostas violações da lei antimonopólio do país.

No mesmo dia, quatro das principais associações da indústria chinesa emitiram uma resposta conjunta e incomum, dizendo que as empresas chinesas deveriam ter cautela ao comprar chips dos EUA, pois “já não são seguros”, e deveriam comprar localmente em vez disso.

Tensão EUA-China

A Nvidia foi uma das muitas empresas envolvidas nas tensões EUA-China. Uma rodada anterior de restrições de exportação dos EUA impediu a Nvidia de vender seus chips de IA mais avançados para a China, o que a levou a desenvolver novas versões específicas para o mercado chinês, em conformidade com os controles de exportação dos EUA.

A Nvidia dominava o mercado chinês de chips de IA, com mais de 90% de participação, antes dessas restrições. No entanto, atualmente enfrenta competição crescente de rivais domésticos, principalmente a Huawei. A China representou cerca de 17% da receita da Nvidia no ano encerrado em janeiro, uma queda em relação aos 26% de dois anos antes.

Em 2020, a empresa obteve uma aprovação fundamental da China para sua aquisição da Mellanox Technologies, apesar das preocupações de que Pequim pudesse bloquear o acordo devido às tensões comerciais entre EUA e China.

A aprovação chinesa impôs múltiplas condições à Nvidia e às operações da entidade resultante da fusão na China, incluindo proibições de venda casada forçada de produtos, termos comerciais abusivos, restrições de compra e tratamento discriminatório de clientes que compram produtos separadamente.

A última vez que a China iniciou uma investigação antimonopólio contra uma empresa estrangeira de tecnologia de grande porte foi em 2013, quando investigou a subsidiária local da Qualcomm por cobrança excessiva e abuso de posição dominante no padrão de comunicações sem fio.

Posteriormente, a Qualcomm concordou em pagar uma multa de US$ 975 milhões, o que na época representou a maior multa já aplicada pela China a uma empresa.

Siga o IT Forum no LinkedIn e fique por dentro de todas as notícias!

Author Photo
Redação

A redação contempla textos de caráter informativo produzidos pela equipe de jornalistas do IT Forum.

Author Photo

Newsletter de tecnologia para você

Os melhores conteúdos do IT Forum na sua caixa de entrada.