Chief AI Officer da SAP é responsável por inovações mais ágeis

Dr. Philipp Herzig fala sobre prioridades da companhia e como a nova unidade de negócios funciona

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5:54 pm - 05 de junho de 2024
Dr. Philipp Herzig, Chief AI Officer da SAP Imagem: Divulgação

O lançamento do ChatGPT, especialmente o ChatGPT 3.5, recalculou algumas rotas na SAP. Uma das mudanças foi a criação de um novo cargo C-Level: Chief AI Officer, cadeira ocupada por Dr. Philipp Herzig. Em entrevista durante o SAP Sapphire, o executivo explicou que a empresa percebeu rapidamente que inovações que demoravam 20 anos, aconteceriam em cinco ou dez anos.

“A questão era: como devemos fazer isso? Como podemos nos preparar para o sucesso, a fim de avançar tão rapidamente, estabelecer os padrões corretos e tornar as inovações escalonáveis para toda a empresa? Ao mesmo tempo, esses conceitos estão mudando ao longo do tempo e as abordagens estão mudando o tempo todo”, reflete ele.

Com toda a complexidade, a SAP decidiu configurar uma unidade de negócios de ponta a ponta focada apenas em Inteligência Artificial, com engenharia, vendas, serviços, marketing etc. Segundo Herzig, essa estrutura é útil pois, em um espaço de rápida evolução, é preciso ter uma equipe que “costure” todos esses novos conceitos.

“Todo dia surge uma nova oportunidade ou um novo desafio e, mesmo que você tenha uma boa estratégia e execução, os detalhes importam. É a parte mais difícil. A questão era como absorver esses detalhes rapidamente de ponta a ponta. Qual o novo modelo de linguagem? E o que significa para o setor jurídico ou para o comercial? Como incorporamos isso em nosso produto?”, complementa ele.

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Por outro lado, diz Herzig, a tecnologia tem acesso a outras unidades de negócios, sendo melhor aproveitada em sua entrega e adoção. “Dessa forma, conseguimos escalar a inovação de uma forma muito bem integrada e conectada com todos os departamentos.”

As prioridades da IA para a SAP

Herzig aproveita o encontro para falar um pouco sobre as prioridades da companhia para a Inteligência Artificial. “Estamos ocupados, como parte de nossa estratégia, em incorporar a IA corretamente, seja para os usuários do SAP que usam aplicativos de negócios, de RH, financeiros, de cadeia de suprimentos, entre outros.”

Joule, a assistente de IA da SAP, também está entre as prioridades. A empresa pretende evoluir ainda mais a ferramenta, focando na transformação da forma em que as pessoas interagem com os aplicativos SAP.

Em terceiro lugar, está o foco na IA projetada por meio plataforma da SAP. “É isso que nos permite ter ótimos casos de uso de IA como parte do software padrão SAP. Cada cliente deseja uma versão ligeiramente diferente dele. E todos querem uma versão diferente de metas, por exemplo, ou como fazem o planejamento e sua cadeia de suprimentos ou como desejam recuperar seus insights financeiros. E eles podem fazer isso nesta plataforma de tecnologia de negócios”, afirma o executivo.

Pergunto qual o papel de desenvolver IA responsável neste contexto, e o Chief AI Officer frisa que a SAP tem uma política de ética de IA em vigor desde 2018. “Essa política afirma nossos valores fundamentais, como pensamos sobre nossos produtos e como estamos projetando IA para aplicativos”, frisa.

Segundo ele, esse documento demonstra que todos os resultados da IA ​​​​devem estar livres de discriminação tendenciosa, outros tipos problemáticos de textos, discursos, etc., bem como transparência e explicabilidade.

“Nós temos um comitê interno de governança ética de IA, onde cada um dos casos de uso que estamos entregando, já entregamos e entregaremos devem passar. Essa orientação ética compreende muitas pessoas importantes da SAP, nosso consultor jurídico geral, o diretor de inclusão de diversidade, o diretor de segurança da informação, o diretor de privacidade de dados, entre outros”, complementa.

Esse comitê analisa cada caso de uso e aconselha sobre o que é possível e o que não é possível, de acordo com regulamentos e boas práticas. Ele confidencializa um caso que não passou pelo comitê. Era uma IA para a geração de perguntas para entrevistas. A ideia inicial era excluir todas as informações pessoais identificáveis, mas o comitê prontamente disse que você pode referir-se a pessoa indiretamente, com base na educação, histórico de trabalho, ou até hobbies descritos no currículo.

“Então dissemos: não, nós apenas fornecemos a geração de perguntas para entrevistas de emprego com base na descrição do cargo, não no currículo. Poderíamos voltar com esse projeto depois, mas não tínhamos nenhuma ideia de como podemos lidar com isso, então simplesmente tiramos do escopo”, finaliza ele.

*a jornalista viajou a convite da SAP

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Laura Martins

Editora do IT Forum. Jornalista com mais de dez anos de atuação na cobertura de tecnologia. É a quarta jornalista de tecnologia mais admirada no Brasil, pelo prêmio “Os +Admirados da Imprensa de Tecnologia 2022” e tem a experiência de contribuições para o The Verge.

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