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Carros autônomos ainda precisam de humanos

Carlos Ghosn, chairman e CEO da Renault-Nissan Alliance, anunciou para os próximos quatro anos o lançamento de 10 novos modelos de carros autônomos. Elon Musk, CEO da Tesla, também anunciou um novo recurso de autopilotagem para seus carros Tesla S que, nesse momento, são melhores que seres humanos, de acordo com o executivo. 

Apesar do cenário promissor para a indústria automobilística, existe uma distância grande entre o que os executivos preveem para o futuro e o que as pessoas pensam sobre carros dirigindo sem motorista.

O que os executivos dessas montadoras descrevem são veículos com capacidades avançadas que podem ajudar pessoas em situações complicadas ou assumir a direção quando necessário, como estacionar em ruas movimentadas. Por outro lado, carros autônomos como os do Google, que levam pessoas de uma ponta a outra do país sem a necessidade de colocar a mão ao volante, demorarão ao menos uma década para aparecerem, de fato, nas ruas.

Apesar de futuramente apresentarem capacidades para parar em cruzamentos, fazer curvas, calcular melhores rotas e realizar desvios sozinhos, eles ainda precisarão da supervisão de humanos em casos de emergência, em situações complicadas. 

O grande problema, nesse caso, é fazer com que motoristas distraídos, que estão mandando mensagens ou mesmo jogando em seus smartphones, assumam o controle do veículo no exato segundo necessário. Induzir motoristas a ter menos atenção ainda pode criar perigos inimagináveis.

“Toda a situação de interagir com pessoas dentro e fora do carro expõe questões reais de inteligência artificial”, disse John Leonard, professor de engenharia mecânica no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, em entrevista ao The New York Times. “A capacidade de saber se o motorista está pronto e se está recebendo avisos prévios suficientes é uma questão muito complicada.”

Há outros entraves como o clima. “Por exemplo, se há neve ou chuva rigorosas, é impossível ter um carro autônomo dirigindo”, disse Tsuyoshi Yamaguchi, vice-presidente de desenvolvimento de tecnologia Renault-Nissan, à publicação. “Temos que garantir que o veículo reconheça isso e proteja o motorista.”

Além disso, há a questão de regulamentação dos países. Na Europa, durante a convenção de Viena de 1968, foi estipulado que “cada veículo em movimento ou combinação de veículos deve ter um motorista” e “cada condutor deve ser sempre capaz de controlar o seu veículo”. Embora uma emenda tenha sido proposta, nenhuma nova legislação está em vigor.

Nos Estados Unidos, o Departamento de Veículos Motorizados da Califórnia também emitiu no ano passado um projeto de lei que exigia um motorista humano capaz de controlar o carro.

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