Capacidade de reinventar negócios é novo desafio e diferencial

Coautor do livro Organizações Exponenciais falou em evento sobre a urgência de sair da zona de conforto, causar disrupções e preparar-se para o futuro do trabalho

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11:47 am - 21 de junho de 2018

No livro Organizações Exponenciais, o queridinho atualmente entre altos executivos, os autores Ismail Salim,‎ S.Malone Michael e Van Geest Yuri apontam que empresas que aumentaram suas receitas em pelo menos dez vezes em cinco anos têm capacidade disruptiva de reinventar negócios e processos usando tecnologias. Em teoria, esse conceito parece fácil de ser aplicado, mas não é.

Em palestra na Totvs, na noite desta quarta-feira (20/6), Yuri afirmou que empresas são desafiadas por esse cenário, especialmente porque a maioria tende a mirar suas atuações com base em padrões existentes. Para demonstrar seu ponto de vista, ele iniciou sua apresentação deitado, olhando para o teto. “O problema é que a maioria dos líderes olham literalmente para o futuro baseado no passado. Esse é um grande erro. Tem de olhar para os lados também”, comentou.

Segundo ele, até pouco tempo, a sociedade vivia em um mundo linear. Mas essa ideia já ficou para trás. Com a capacidade da tecnologia dobrando a cada 18 meses e a rápida evolução do mercado, o mundo exponencial chegou para ficar. A computação quântica é um exemplo dessa questão, disse. A inteligência artificial (AI, na sigla em inglês) é outro.

Mas como se organizar e se preparar para essa nova era como pessoa e empresa? “Esse é o cerne do livro Organizações Exponenciais”, comentou ele, que escreveu a obra há quatro anos e apesar disso, o tema está mais atual do que nunca. Atualize-se. Essa é a dica de ouro de Yuri para solucionar essa questão. “Se você ficar parado em conhecimento por um período de cinco anos, ficará vulnerável”, sentenciou.

Outra recomendação é ter um propósito. “Se as pessoas e as organizações não fizerem isso, estarão perdidas. Precisamos ter um propósito e colaborar por ele. Companhias e governos na China estão trabalhando em vários propósitos. Esse é o futuro.”

Liderança exponencial

Yuri destacou alguns aprendizados enquanto escrevia o livro. Segundo ele, 80% dos líderes, hoje, não são capazes de conduzir transformações, porque “não estão alinhados”. “Uma pessoa pode ler meu livro, escutar mil palestras do tipo e nada disso ter um impacto em sua vida. É preciso ter um impacto. E a forma de fazer isso é sair da zona de conforto, ser confrontado, passar por uma crise, aprender e mudar”, comentou.

Ele mesmo passou por uma crise e foi isso que o fez mudar de pensamento. Há mais ou menos 15 anos, ele se viu sem relacionamento, longe da filha, sem casa, trabalho e dinheiro. “Naquele momento, eu tive de me reinventar. Houve um momento crítico que foi fundamental hoje”, relevou.

E se transformar, disse, significa errar também. Ele lembrou que já viu centenas de CEOs que sempre atuam na zona de conforto e não cometeram erros na gestão, mas eles falam de errar rapidamente e corrigir rapidamente, o famoso conceito das startups. “Errar é preciso. Faça isso com você também e verá as implicações na sua vida. Experiência é o acúmulo de falhas.”

Para ser um líder exponencial, completou, também é crucial perguntar, ser um facilitador, curioso, aberto, vulnerável, autêntico, corajoso. “Tem de ter coragem para promover a disrupção.”

É por isso que Yuri acredita em uma “paranoia construtiva”. “Sempre faço perguntas, para todas as pessoas, não importa quais. Eu viajo o mundo e isso é fundamental, porque me faz continuar movendo. Vejo o Brasil, por exemplo, como uma nação criativa. Tem corrupção, sim, mas os brasileiros são pensadores estratégicos, mais do que alemães, por exemplo. Vocês são sociáveis, mas têm um desiquilíbrio social enorme. Mas têm pensamento criativo, uma capacidade fundamental do futuro. Eu ampliaria essas capacidades como brasileiros, mas vocês têm de se organizar melhor”, provocou.

Conhecimento: a base do amanhã

Para Yuri, o conhecimento é o passo mais importante para uma pessoa se destacar hoje e amanhã. Afinal, conhecimento é algo que não se tira e poder ser usado para inovar. Mas isso não é tudo, disse. “É preciso abrir a mente, experimentar coisas. É assim que mudam as coisas: com emoções, sentimento.”

As emoções, prosseguiu, são o ouro na era das máquinas. Afinal, são os sentimentos que distinguem os homens das máquinas. “Humanos são melhores por serem seres humanos. O que isso significa em termos práticos? O mais importante: temos amor, compaixão, empatia. Robôs não choram, não têm encantamento e isso é muito mais importante nas empresas”, reforçou. Por isso, trabalhe em sua criatividade, colaboração, amor, compaixão, porque é aí que estarão as oportunidades no futuro.

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