Para brasileiras, gênero influencia nas contratações em TI

Estudo da InfoJobs revela que quase 90% das mulheres acreditam haver desigualdades nos processos seletivos em áreas predominantemente masculinas

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5:46 pm - 17 de maio de 2023
mulheres, carreira, tecnologia, gênero Imagem: Shutterstock

A grande maioria das mulheres brasileiras acredita que o seu gênero pode influenciar as contratações em áreas predominantemente masculinas, como é o caso da TI, revelou uma pesquisa do Infojobs. O levantamento contou com a participação de 879 mulheres de 18 a 60 anos, com 89,7% delas afirmando que acreditam haver desigualdades nos processos seletivos com o viés do gênero.

“A igualdade no mercado de trabalho é uma luta de muitos anos. Embora tenhamos avançado e muito, ainda vemos desigualdade salarial e dificuldade de promoção, sustentados por uma política pouco inclusiva”, destaca a CEO do Infojobs, Ana Paula Prado. “A diversidade é muito importante nos times, mas mesmo assim, nosso estudo mostrou que 78,4% das participantes acreditam que já perderam alguma oportunidade de emprego por ser mulher. Nesse cenário, 61,9% dizem que já enfrentaram situações invasivas em processos seletivos, onde o foco não era apenas suas habilidades profissionais”, acrescenta.

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Para tentar ultrapassar as barreiras, muitas mulheres que buscam uma oportunidade na tecnologia estão investindo em cursos online. “Podemos observar uma crescente na participação feminina nos últimos anos no curso de Python e na formação de Ciência de Dados. O curso com mais pessoas interessadas é o de Python, linguagem mais popular de programação pela facilidade no aprendizado”, comenta João Paulo Martins, CEO da Hashtag Treinamentos.

De 2021 para 2022, as matrículas de mulheres no curso de Python da edtech cresceram 25,36%, de 1.246 para 1.562. Em relação a Ciência de Dados, o curso teve a adesão de 372 mulheres no ano de seu lançamento, o que representa 25,78% dos alunos matriculados.

Na visão de Ana Paula, o caminho para combater o sexismo no ambiente corporativo é trabalhar uma cultura inclusiva.

“O RH precisa ser focado em criar oportunidades iguais para homens e mulheres. E desenvolver programas internos de combate às discriminações é fundamental para isso, até mesmo porque a Lei nº 14.457 exige a implementação de uma política de prevenção ao assédio sexual e outras formas de violência no local de trabalho. Um passo interessante é trabalhar ações afirmativas para mulheres, principalmente quando falamos em áreas predominantemente masculinas”, defende.

Para além da equiparação salarial, a executiva defende que promover diversidade deve consistir numa estratégia ampla, incluindo auxílio-creche ou flexibilidade para mães, programas de combate ao assédio e incentivos para cargos de liderança. “Acredito, por fim, que o principal é manter a escuta ativa para entender o que é importante para as colaboradoras e aplicar. A atenção deve ser ainda maior quando a porcentagem de mulheres é menor do que a de homens”, conclui.

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