Brasil no top 5 de ransomware: um podium que ninguém quer

No ano passado, empresas e pessoas de 20 países tiveram um prejuízo somado de US$ 172 bilhões em perdas para o cibercrime. Só no Brasil, a cifra ficou em US$ 22 bilhões. Os dados são do Norton Cyber Security Insights Report 2017, e indicam o Brasil como o segundo país que mais perdeu financeiramente com ataques cibernéticos, perdendo somente para a China.

Não é o único ranking indesejado em que o país se destaca: no podium mundial de ransomware, tipo de ataque virtual que “sequestra” dados, pedindo resgate em troca de sua devolução, os brasileiros estão na quarta posição global e no primeiro lugar na América Latina.

O mercado nacional também é o segundo colocado quando o tema é a propagação de famílias de ransomware, com 214 linhagens detectadas em estudo global.

Até o FBI já se manifestou sobre a questão, indicando que perdas geradas por ransomware chegaram a US$ 1 bilhão em 2016 só nos EUA, e que, com os novos alvos trazidos pela internet das coisas (IoT) – que, segundo o Gartner, deverá somar 50 bilhões de dispositivos conectados até 2020 -, esta tendência só irá aumentar.

De acordo com pesquisas de consultorias globais, em todo o mundo foram detectadas 1190 variantes apenas das famílias FileCoder, um aumento de 60% em relação a 2016. A América Latina fica com uma indigesta fatia de 33% das infecções por estas variáveis.

Nos países latino-americanos, a família de ransomware que teve mais incidência em 2017 foi a TeslaCrypt, havendo também altos índices da linha Crysis no Brasil e Uruguai. Outras séries bastante incidentes na AL foram CryptoWall, Cerber e Locky.

“E o quadro não promete melhora alguma. Ao contrário: o ransomware tem sido visto pelo submundo hacker como uma forma muito fácil de ganhar dinheiro, já que cobra alto pela devolução dos dados sequestrados e é quase impossível pegar o autor do crime antes de haver muito prejuízo”, avalia Luciano Schilling (foto), diretor da NGXit (FOTO), empresa especializada em segurança da informação.

O executivo, porém, aponta algumas saídas para quem quer evitar ter prejuízo com o cibercrime. A dica, segundo o especialista, é seguir a evolução contínua das soluções de segurança que podem conter os ciberataques e proteger empresas.

“É recomendado investir em fornecedores que sejam homologados pelos principais fabricantes do mercado de segurança da informação e cujas equipes tenham respaldo para garantir ainda mais efetividade às soluções aplicadas”, afirma o diretor. “Desta forma, será possível se prevenir, adotando ferramentas que permitam identificar ameaças em níveis iniciais ou antes mesmo que as invasões ocorram, e também tomar atitudes reparadoras em tempo hábil se os ataques ocorrerem, mitigando riscos e perdas”, finaliza.

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