Bancos pretendem investir R$ 47,4 bi em tecnologia em 2024
Tradicional pesquisa da Febraban e da Deloitte mostra que montante investido por bancos dobrou em oito anos
A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) divulgou essa semana a primeira parte da sua já tradicional pesquisa sobre investimentos bancários em tecnologia. Segundo o estudo, o orçamento total dos bancos brasileiros destinados à TI, incluindo despesas e investimentos, deverá atingir R$ 47,4 bilhões em 2024.
A estimativa foi calculada com base nos valores indicados pelos bancos participantes. Segundo os dados, os bancos brasileiros dobraram investimentos anuais em tecnologia em oito anos, passando de R$ 19,1 bilhões em 2015 para R$ 39 bilhões no ano passado, alta de 104%.
Desse total de 2023, bem mais da metade (R$ 24,5 bi) são despesas com TI, enquanto R$ 14,5 bi são investimentos.
A segurança cibernética aparece como maior prioridade estratégica, segundo todos os bancos entrevistados. Isso inclui arquitetura, infraestrutura e ferramentas especializadas em estratégias para detecção e resposta a ameaças cibernéticas, gestão de identidades e acessos, treinamento e conscientização dos colaboradores, cloud security, testes de invasão e criptografia dos dados e informações;
Outras tecnologias são cloud computing (também para 100% dos ouvidos), inteligência artificial (para 96%), blockchain e Drex (56%) e, ainda com pouca expressividade, a computação quântica (11%).
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A relevância da TI na indústria bancária também se reflete na proporção de profissionais da área nos bancos. São 45,3 mil, aumento de 22% no total de colaboradores em relação à edição anterior. Deste total, a maior parte é composta por desenvolvedores (39%).
“A indústria brasileira é protagonista do que há de mais inovador em tecnologia bancária e os investimentos feitos pelos bancos ao longo dos anos comprovam o empenho que as instituições têm em trazer anualmente novidades, experiência personalizada para os nossos clientes e 100% de segurança nas operações financeiras do dia a dia”, diz em comunicado Rodrigo Mulinari, diretor responsável pela Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária.
Prioridades de 2024
Segundo o estudo, em 2024 os bancos irão priorizar experiência do cliente (83%), inovações tecnológicas (71%), personalização de produtos e serviços (63%), segurança e privacidade de ponta (58%), responsabilidade social e sustentabilidade (54%) e ofertas integradas de ecossistema (54%). A Febraban diz que essa abordagem busca aumentar a integração entre tecnologia e negócios.
Segundo a pesquisa, em 2024 deverão ser investidos R$ 2,98 bilhões em infraestrutura e soluções tecnológicas que melhorem a experiência de trabalho dos profissionais dos bancos. A intenção de 56% dos bancos para esse ano é aumentar, a uma taxa média de 28%, a quantidade de profissionais atuando na área de TI, podendo chegar a 54,1 mil pessoas.
Dentre as profissões mais demandadas, estão desenvolvedores, especialistas em segurança da informação, cientistas e engenheiros de dados, e especialistas em metodologias ágeis.
Inteligência artificial
Segundo o estudo, a inteligência artificial, especialmente a generativa (GenAI), vem sendo utilizada por 54% dos bancos. “Esta tecnologia tem o potencial de impulsionar a inovação e a produtividade, além de estimular a eficiência. A pesquisa indicou que, para os bancos que já implementaram a IA, a eficiência dos processos bancários se elevou a uma taxa média de 11%”, comenta Sergio Biagini, sócio-líder da Deloitte para a Indústria de Serviços Financeiros.
Entre as aplicações de IA utilizadas pelos bancos estão: biometria facial (75%), chatbot (71%), RPA (67%), IA Generativa (54%) e Inteligência Cognitiva (25%).
Na primeira etapa da pesquisa da Febraban foram coletados dados entre novembro de 2023 e março de 2024, por meio de formulário eletrônico e entrevistas com líderes de tecnologia. Vinte e quatro bancos responderam os formulários qualitativo e quantitativo, ou 81% dos ativos da indústria bancária no País. Além disso, foram concedidas entrevistas por 27 executivos da área de tecnologia bancária.
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