AWS quer levar computação em nuvem para setor espacial

Companhia lançou divisão Aerospace and Satellite, focada em serviços aeroespaciais e satélites

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9:00 am - 01 de julho de 2020

O espaço é o novo mercado que a Amazon Web Services quer conquistar. Durante a edição 2020 do AWS Public Sector Summit, evento criado pela empresa para falar sobre as ações destinadas ao setor público, a companhia anunciou a divisão AWS Aerospace & Satellite, dedicada a prospectar negócios para essa área. 

“Nos próximos cinco anos, empresas de comunicação com internet de baixa latência, observações da Terra em alta resolução e internet das coisas generalizada lançarão milhares de novos satélites para disponibilizar recursos de sensoriamento a clientes do mundo todo”, explicou em comunicado Teresa Carlson, vice-presidente da Amazon Web Services para o setor público global 

Para liderar essa vertical, a companhia anunciou a contratação de Clint Crosier, militar que trabalhou por mais de 30 anos dentro do Departamento de Defesa dos EUA, tendo como último emprego público o cargo de diretor de planejamento da Força Espacial. 

Inicialmente, a oferta principal da área é o AWS Ground Station, solução criada em 2018 que permite o controle de satélites e gerenciamento dos dados processos pelos equipamentos. O case apresentado pela marca para ilustrar o uso da ferramenta é a utilização de toda a solução feita pela Capella Space, startup que trabalha no desenvolvimento de uma constelação de satélites capazes de transmitir dados à Terra em um esquema 24/7. 

Garantindo espaço 

O foco nesta área não é por acaso: com a consolidação de viagens espaciais para fins de comércio e turismo, tendo aqui a SpaceX como principal exemplo, o uso de soluções especiais tende a crescer nos próximos anos, sendo que uma das áreas mais promissoras é o uso de satélites para o oferecimento de conexão online mais barata e capaz de chegar em qualquer lugar do mundo. 

Apesar de este ser um mercado com potencial de alcançar bilhões (ou trilhões), sabe-se que as iniciativas espaciais demandam tempo, pesquisa e muito dinheiro, o que já era esperado quando se fala em construir um negócio do qual parte da execução acontece fora da Terra. 

Com esse contexto em vista, a empresa pode aproveitar seu conhecimento no mercado de nuvem e seu caixa, digamos, mais generoso, para fixar sua participação de mercado. E vale lembrar que o próprio Jeff Bezos, fundador da Amazon, possui participação em uma companhia de viagens espaciais — no caso, a Blue Origin. 

Outra questão é que, dentro do setor público, esse setor se mostra menos visado do que a gestão de nuvens para outras áreas da Defesa americana, nas quais a empresa precisa disputar espaço (e contratos) de forma muito mais acirrada, como foi possível observar na negociação para gerenciar os serviços de cloud do Pentágono, acordo vencido pela Microsoft, apesar de a empresa de Seattle contestar a vitória. 

Olhar local 

Jeff Kratz, diretor para Setor Público da AWS para América Latina, Canadá e Caribe, falou em uma conferência para jornalistas da região que a Covid-19 impulsionou de forma significativa o processo local de digitalização de diversos departamentos públicos “[há setores] que aceleraram sua digitalização mais nos últimos três meses do que ao longo do ano passado”. 

Como já visto pelo mercado, os setores de telemedicina e educação são os que registram um maior salto no desenvolvimento de soluções on-line, tanto na oferta de serviços para o público como na migração de tecnologias on-premise para plataformas baseadas na nuvem “Existem novações incríveis ocorrendo em toda a região”, afirma Kratz. 

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aws

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