Atualização do iOS 8 mantém dados privados até da polícia

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11:21 am - 18 de setembro de 2014
A Apple noticiou na última quarta-feira (18/9) que seu mais recente sistema operacional, o iOS 8, conta com um profundo sistema de proteção para as informações armazenadas em dispositivos móveis. Segundo a empresa, o sistema dos dispositivos é tão complexo que tornou tecnicamente impossível para cumprir mandatos judiciais e extrair informações dos usuários como fotos, e-mails, mensagens, contatos, histórico de ligações e notas.

A companhia disse que todas essas informações estão sob proteção de uma senha do usuário, o código de quatro dígitos usado para fazer login no dispositivo. A Apple era capaz de extrair determinados tipos de informações dos dispositivos mesmo quando eles estavam bloqueados por meio de senhas, para atender a um mandato de busca válido.

A nova segurança implantada no iOS 8 protege a informação armazenada no dispositivo em si, mas não os dados armazenados no serviço de cloud da companhia. Dessa forma, a Apple ainda poderá ter acesso à determinadas informações dos clientes que estejam armazenadas no iCloud para atender requisições que sejam feitas pelo Governo. 

A Apple anunciou a revisão em sua política de privacidade em sua nova página de internet, criada para discutir o tema. No site, foi disponibilizada uma carta assinada por Timothy D. Cook, um dos líderes da Apple. Em declaração posta no endereço eletrônico citou que “Ao contrário dos nossos concorrentes, a Apple não consegue violar a sua senha e, consequentemente, não consegue acessar esses dados. Então, não é tecnicamente viável para nós responder aos mandatos judiciais para extração de dados que estejam em posse de alguém em dispositivos operando com o iOS 8”.

Em entrevista à publicação norte-americana The New York Times, Christopher Soghoian, principal profissional de TI na American Civil Liberties Union, afirmou que a nova política de privacidade da Apple é reflexo da descoberta dos programas de espionagem revelados por Edward Snowden. “O público afirmou que desejava empresas que pudessem colocar a sua privacidade em primeiro lugar, e a Apple ouviu esse apelo”, afirma.

O site também inclui explicações sobre os tipos de informação que a Apple coleta e quais não e o motivo disso. Também estão listados os últimos relatórios de transparência da companhia, que revelam como, quando e porque ela está lidando com requisições provenientes de decisões judiciais ou de agências do Governo em busca de informações sobre seus clientes. O endereço eletrônico ainda ensina os clientes como eles devem fazer para ativar importantes funções de segurança, como a verificação dupla, para que eles se protejam de invasões hackers. 

Em sua carta, Cook enfatizou que a Apple era diferente das outras companhias de internet que se beneficiam dos dados coletados de seus clientes e os compartilham com empresas parceiras, como anunciantes. “Nosso modelo de negócios é muito direto e simples vendemos grandes produtos. Não precisamos criar um perfil baseado em seus conteúdos de e-mail ou hábitos de navegação para vender aos anunciantes.”

A habilidade da Apple em proteger os dados de seus clientes foi amplamente questionada após algumas celebridades norte-americanas descobrirem que hackers invadiram suas contas na companhia, roubaram fotos íntimas e postaram-nas na internet. Após esse episódio, Cook disse que a companhia iria fortalecer algumas das medidas de segurança do iCloud e trabalharia de maneira mais intensa para educar e ajudar os consumidores a protegerem de forma mais eficiente suas contas. 

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