Na área tributária, a tomada de decisão exige mais do que pura intuição
Tecnologia pode e deve funcionar como referencial analítico para decisões que impactem a situação fiscal da empresa
Para a área tributária, a tomada de decisão é uma constante. E costuma implicar, ainda, em consequências significativas para a integridade da empresa e sua austeridade financeira. Frente a um modelo tributário extremamente caótico, com mudanças ocorrendo a todo instante e um alto nível de complexidade, não há como negar as dificuldades por trás de entregas e outras atividades de viés fiscalizatório. Sem margem para erros, as organizações se encontram no epicentro de riscos nocivos ao crescimento do negócio.
Em outros tempos, quando as ferramentas eram mais escassas e pouco se discutia a importância de atribuir mais estratégia ao departamento fiscal, esse momento de tomada de decisão costumava ser pautado por critérios simplórios, como a intuição e a experiência de mercado. De fato, estes são quesitos relevantes e que auxiliam o gestor no dia a dia de trabalho, mas a nível tributário, infelizmente, é necessário reconhecer que as estimativas de ganhos saem prejudicadas com esse modus operandi.
Hoje, é preciso se movimentar em prol de mais assertividade em decisões voltadas para a esfera fiscal. Com um volume elevado de dados transacionados, de fontes diversas e diferenciações que só dificultam um olhar clínico por parte das empresas, chegou a hora de colocar a tecnologia na equação, usufruindo de seus benefícios que, definitivamente, são capazes de extrair valor de ativos informacionais.
Sem suporte tecnológico, quais são os riscos?
A falta de uma plataforma que sistematize o fluxo tributário provoca uma série de problemas. Em primeira instância, impossibilita-se a coleta e a análise de dados, visto que sistemas manuais não apresentam essas funcionalidades, muito menos garantem a conformidade do que está sendo movimentado internamente. Como resultado, há um cenário de imprecisão envolvendo etapas cruciais para a comunicação fiscal da empresa, a exemplo da realização de cálculo de impostos, o preenchimento de informações fiscais e a própria entrega de obrigações acessórias.
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Os riscos, portanto, vão desde a ocorrência de litígios a autuações fiscais, em resposta a um departamento cuja linha de procedimentos se encontra fragilizada. Não seria nenhum absurdo afirmar que automatizar o cotidiano operacional, que cerca todas as demandas fiscais, é uma questão de sobrevivência de mercado. A tecnologia deve ser abraçada sob essa mentalidade, trazendo um novo patamar de eficiência, segurança e uso dos dados disponíveis.
A chave está na união entre tecnologia e inteligência analítica
No setor tributário, a tomada de decisão envolve considerações, diagnósticos e uma interpretação estrita sobre a legislação vigente e suas nuances, tais como o contencioso administrativo e judicial. Por um trabalho de mensuração de impactos, mirando um planejamento tributário bem-sucedido, é altamente preferível que esse aspecto da área fiscal esteja devidamente resguardado.
Com base em informações importantes e o aporte tecnológico, o processo de coleta e análise de dados permeia etapas financeiras, comerciais e as que dizem respeito à governança corporativa da empresa, de modo a oferecer uma visão abrangente sobre possíveis oportunidades fiscais, métodos para mitigar riscos, além de outras estratégias elaboradas para consolidar a situação fiscal do negócio, de forma atualizada e respaldada digitalmente.
Para concluir, é fundamental que a solução escolhida seja reconhecida por sua confiabilidade e expertise tributária, estabelecendo parâmetros fiscais coerentes à realidade enfrentada pelo departamento fiscal. Dentro deste contexto – em que a incerteza dá espaço à exatidão – os profissionais poderão tomar decisões conscientes, mais assertivas e que ultrapassem a intuição para entrar de vez em uma era de inteligência analítica.
*Karen Semeone é gerente tributária da Systax, advogada e especialista em impostos
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