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Ana Peña, da Intel: iniciativas de diversidade também precisam de métricas

A diversidade e a inclusão são temas cada vez mais importantes em empresas em todo o mundo. No setor de tecnologia não poderia ser diferente. Ana Peña, diretora de Comunicação da Intel para as Américas, é uma das profissionais engajadas nessa causa. Em entrevista exclusiva ao IT Forum, Ana compartilhou suas experiências e insights sobre a promoção da diversidade e inclusão, destacando o papel que o Brasil desempenha nesse contexto.

Ana é uma líder apaixonada por Diversidade & Inclusão, e sua jornada nesse campo começou de maneira tangível enquanto trabalhava na Dell. Ela observou que, em reuniões, as mulheres frequentemente eram designadas para tarefas secundárias, como conectar o projetor ou fazer café, em vez de liderar a discussão. Esse cenário a fez questionar por que as mulheres não estavam ocupando posições de destaque em tais encontros.

“Eu tinha o apoio dos meus chefes com isso”, relembra Ana. Esse apoio permitiu que ela conduzisse programas de capacitação para mulheres, incentivando-as a assumir um papel mais proeminente nas reuniões e liderar iniciativas. Sua experiência na Dell a fez perceber que a América Latina, apesar de lidar com uma cultura machista em muitas instâncias, tinha o potencial de mudar esse cenário.

Hoje, Ana é uma das líderes na Intel, onde continua seu compromisso com a diversidade e inclusão. Ela observa que, embora a empresa promova a diversidade, é importante que ela também a pratique. A Intel tem grupos de afinidade para vários grupos subrepresentados, incluindo mulheres, e Ana destaca que todos os grupos têm membros e aliados.

“Nós fazemos projetos dentro e fora [da empresa]. A empresa nos dá fundos oficial e responde para um grupo de liderança global”, explica Ana. Esses projetos incluem iniciativas para promover a diversidade de gênero, raça e orientação sexual, tanto dentro da Intel quanto em parcerias externas.

O WIN (Women at Intel Network) é um dos grupos que fomentam o tema ao criar e promover um ambiente inclusivo capaz de estimular mais mulheres na tecnologia. Segundo a empresa, o objetivo do WIN é trabalhar equidade de gênero na Intel, contando com apoio dos homens também. E os planos não são só para o futuro. A Intel balizou o salário de todos os empregados e implementou a equidade entre homens e mulheres. A inclusão é um dos seis valores que moldam a cultura corporativa da Intel. Por isso, a empresa conta com mais de 30 grupos de afinidades fazem parte do Employee Resource Groups (ERG), organizado por raça, nacionalidade, gênero, paternidade, habilidades diversas, educação e outras afinidades. Esses grupos crescem a comunidade interna e externamente.

Papel das métricas em programas de diversidade

Métricas são essenciais para medir o progresso na promoção da diversidade e inclusão, afirma Ana. Ela observa que, sem métricas claras, é difícil avaliar os resultados. A Intel estabeleceu metas ambiciosas para 2030, com o objetivo de ter 30% das posições de liderança técnica ocupadas por mulheres.

A fabricante, inclusive, conta com duas líderes mulheres: Gisselle Ruiz Lanza, diretora-geral da Intel para a América Latina, e Claudia Muchaluat, presidente da Intel Brasil. Além disso, a empresa está comprometida em garantir que todos os funcionários recebam salários equitativos, independentemente de gênero.

Ana destaca a importância de incentivar meninas a seguirem carreiras em campos STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) desde cedo. A Intel, de olho nesse contexto, fez parceria com a PrograMaria, uma organização que promove a educação em tecnologia para meninas, para ajudar a criar modelos femininos de sucesso nesses campos.

A mentoria também desempenha um papel fundamental na promoção da diversidade e inclusão. Ana enfatiza que aqueles que estão na área de comunicação, assim como ela, têm vozes que podem ser usadas para dar voz a outros. “A inclusão começa com a conscientização e o compartilhamento de experiências e histórias”, destaca.

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