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Abordagem de transformação faz SAP crescer entre PMEs

A abordagem de venda de um pacote de transformação digital – chamado de RISE – que promete além do ERP uma série de serviços agregados, tem levado a SAP a expandir a base de clientes na América Latina inclusive entre pequenas e médias empresas (PMEs) e companhias que adotavam software corporativo de outras fabricantes. Esse é o diagnóstico de Theo Pappas, COO da companhia alemã para as regiões latina e Caribe.

O crescimento da base de usuários do RISE no primeiro trimestre de 2022 foi de 60% no mundo, índice semelhante ao obtido na América Latina. Isso se deve em grande parte, segundo o executivo – que também foi COO da operação brasileira da SAP até 2018 – ao apelo dos serviços associados ao ERP na nuvem (o S/4HANA), incluindo migração de dados para a nuvem, análise dos processos de negócio, acesso à Business Network (de supply chain sustentável), tudo em um pacote único pago por assinatura.

“Nosso objetivo foi ser um ‘business transformation’ as a service. Em um pacote de assinatura única tem o produto core, a infraestrutura de um parceiro, e além disso serviços adicionais”, explicou Pappa aos jornalistas latino-americanos convidados ao Sapphire 2022, em Orlando*. “O que mais me deixa feliz é o crescimento em mercados fora de SAP e PMEs.”

Pappas talvez leve em conta que o mercado ainda não pensa na SAP como uma provedora de soluções para pequenos negócios, dado o longo histórico da empresa como provedora de soluções para grandes corporações.

Leia também: Supply chain é foco da SAP para reforçar sustentabilidade de clientes

Parte do esforço de mudar essa imagem passa pelos parceiros de canal, que o COO classifica como “componente importantíssimo” tanto de integração de soluções como no “cuidado da pós-venda”. “Grande parte das novas vendas do RISE são feitas por nossos canais”, ressaltou.

Outro item importante para o crescimento, segundo Pappas, é a demanda elevada por soluções de sustentabilidade agregadas ao RISE, tem que se tornou constante em conversas de negócio. Também a necessidade de olhar mais para a experiencia do consumidor e do usuário, além da necessidade de gerenciar melhor as forças de trabalho no momento pós-pandêmico.

“Estamos vendo nos EUA o ‘great resignation’. Tem algo similar acontecendo no Brasil”, disse o COO, referindo-se à falta de mão de obra sistêmica na América do Norte muitas vezes relacionada ao trabalho remoto e às condições de trabalho consideradas ruins em parte das organizações. “Temos usado tecnologia para engajar melhor os funcionários.”

Regionalidades e casos de sucesso

Na coletiva com jornalistas da América Latina, Pappas repetiu algumas ideias que ouvi de Scott Russell, VP de experiência do cliente da SAP, pouco antes do Sapphire. Segundo ele, a região – principalmente Brasil e México, os dois maiores mercados para a empresa alemã – tem o potencial de gerar inovações para o resto do mundo, tanto pelas características específicas da região como pelo ambiente de inovação.

“Temos o SAP Labs aqui na América Latina [em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul]. São mais de 2 mil pessoas desenvolvendo na América Latina”, disse, ressaltando setores como o agronegócio e financeiro como grandes compradores de soluções.

“Fui a pessoa que junto com a Cristina [Palmaka] iniciou o relacionamento com o agronegócio [brasileiro]. Criamos uma diretoria específica. E claramente a gente vê a dinamicidade e o aumento de investimento em tecnologia do agronegócio no Brasil”, contou Pappas. “O agronegócio é de suma importância. Isso se reflete nos resultados do próprio setor.”

Durante o Sapphire, a SAP divulgou casos de sucesso de algumas empresas brasileiras. A fabricante de lâminas Tramontina, por exemplo, está usando RISE para reformular a própria base tecnológica, combinando S/4HANA em nuvem e Analytics Cloud para gerir metas de crescimento. Soluções de Business Planning e gestão de depósitos devem otimizar a cadeia de suprimentos e processos de logística.

A seguradora Porto está utilizando o portfólio de Customer Experience da marca para personalizar a experiência dos clientes. A empresa está usando o SAP Customer Data Cloud para melhorar a experiência digital dos parceiros por meio de uma interface de autoatendimento que protege a privacidade dos usuários e cumpre leis de proteção de dados.

Já a Petrobras colocou em operação no último trimestre o SAP Environment, Health and Safety Management. O objetivo é apoiar metas de sustentabilidade. A iniciativa, em expansão, deve alcançar 21 mil funcionários nas áreas corporativa, de informação digital e inovação, comercial e logística.

* o editor do IT Forum está em Orlando a convite da SAP

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