EXCLUSIVA: só 26% das transformações corporativas em duas décadas geraram valor, diz BCG
Estudo mostra fatores que devem ser considerados para que processo seja bem-sucedido
Um estudo global do Boston Consulting Group (BCG) adiantado essa semana com exclusividade para o IT Forum indica que uma minoria, ou apenas 26%, das jornadas de transformação corporativa feitas nas últimas duas décadas geraram impactos positivos.
O número considera tanto o curto quanto o longo prazo, e segundo a consultoria revela desafios enfrentados pelas empresas para implementar iniciativas de mudança e geração de valor.
O levantamento – chamado, em tradução literal, Cinco verdades (e uma mentira) sobre transformação corporativa – indica, segundo o BCG, que o mundo empresarial em constante evolução exige capacidade de adaptação. E que ela é “mais do que uma vantagem competitiva – é uma necessidade”.
Eduardo Canabarro, diretor executivo e sócio do BCG, explica que o estudo identificou que, no curto prazo, as expectativas dos investidores são o grande “motor” para a criação de valor em processos de transformação, e respondem por mais de dois terços do aumento do retorno total aos acionistas no primeiro ano após o início o processo. Melhorias de eficiência ou redução de custos respondem por 13%, enquanto fatores restantes desempenham papéis “ainda menores”.
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“Isso, no entanto, muda com o tempo – e o crescimento de receitas passa a ser o principal motor de geração de valor no longo-prazo, em um horizonte de 3 a 5 anos após o início da transformação – revelando a importância de priorizar crescimento como forma de geração de valor sustentável”, diz o executivo.
De acordo com o BCG, transformações preventivas, iniciadas quando o retorno aos acionistas está em linha ou acima da média do setor, geram mais valor a médio e longo prazo do que as reativas. “O ponto é que realizar transformações preventivas significa agir a partir de uma posição de força, permitindo que os líderes foquem em identificar opções para vantagens futuras, em vez de apenas realizar movimentos defensivos e sob pressão”, diz Canabarro.
Cinco impactos
No relatório, o BCG ressalta que um direcionamento estratégico de longo prazo tem impacto mais positivo no processo de transformação corporativa. Empresas com essa abordagem registram um aumento de 12.5 pontos percentuais no retorno aos acionistas em cinco anos, em comparação com aquelas optam por uma visão de curto prazo.
A partir da análise de centenas de jornadas de transformação ao longo das últimas décadas, o material ainda elenca cinco pontos fundamentais sobre grandes programas de transformação empresarial. São eles:
- Timing. Transformações iniciadas antes que o desempenho das companhias se deteriore tendem a gerar mais valor a longo prazo do que transformações reativas.
- Liderança. A disposição de líderes para questionar e mudar modelos mentais e estruturas organizacionais que formam a base do sucesso histórico da empresa é imprescindível.
- Cortes de custos. Apesar de proporcionarem ganhos imediatos, não são suficientes para impulsionar o sucesso a longo prazo. Por isso, o BCG recomenda desenvolver uma narrativa de transformação convincente e investir em iniciativas estratégicas de crescimento.
- Longo prazo. Empresas que aplicam estratégias de longo prazo registram aumento significativo no retorno aos acionistas ao longo de cinco anos em comparação com aquelas que adotam uma visão de curto prazo.
- Formalização e estrutura. Definir uma governança eficaz, estabelecer uma equipe dedicada e comunicar regularmente o progresso aos líderes são elementos essenciais para o sucesso.
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