21% do PIB brasileiro já é impactado pela economia digital

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7:28 pm - 15 de março de 2016

Muito se fala da transformação digital e como ela irá impactar sua vida pessoal e profissional. Mas você sabia que isso de fato já tem acontecido? Para ilustrar, o presidente da SAP para América Latina e Caribe Claudio Muruzabal, lembrou que, em 2015, 21% do PIB brasileiro já foi impactado pela economia digital. A informação até causa surpresa, mas quando comparado com Europa e Estados Unidos, o caminho ainda é longo. Por lá, o digital já impacta 35% do PIB. Assim como aconteceu com cloud computing, analytics, mobilidade e social, a fadada transformação digital aos poucos deixa de ser tendência sem que você perceba.

E esse avanço, embora possa ser comemorado, causa desespero em diversas empresas que, impactadas por novos entrantes, ainda não se prepararam ou não encararam o mundo digital como deveria.

Na visão de executivos da SAP que fizeram nesta terça-feira (15/03) a abertura do SAP Forum 2016, o Brasil, na verdade, tem tido até uma adoção acelerada em certos campos pelas oportunidades que uma crise como a que o País enfrenta traz. Mas mais que isso, existe uma corrida por uma aproximação cada vez maior com o cliente – seja interagindo, respondendo mais rapidamente ou o entendendo melhor por meio de analytics em tempo real -, e também pela necessidade de se antecipar a eventuais concorrentes que podem desafiar ou aniquilar modelos de negócios tradicionais.

E nessa complexa jornada de transformação, a notícia triste é que não existe receita de bolo, cada empresa terá que enfrentar seus próprios pesadelos internos e externos para fazer desse processo uma grande virada, seja em novos produtos, alteração dos rumos da empresa, revisão profunda de processos ou o que quer que seja.

Durante sua fala, além de dar um contexto econômico e lembrar da intensa busca por conectividade, Muruzabal ressaltou que a TI e o conceito de digital tem provocado mudanças em todos os setores. Um exemplo citado pelo executivo foi o Cirque de Soleil, uma das maiores companhias de entretenimento do mundo que, por meio de tecnologia SAP, consegue fazer com que o público interaja com o espetáculo por meio de um aplicativo móvel. Quando você imaginaria interagir em uma intervenção artística como essa? Há alguns anos, artistas odiavam smartphones, hoje, adaptando-se ao tempo, já encontram formas de incluí-lo na dinâmica artística.

Casa de ferreiro, espeto de ferro

Olhando especificamente para o Brasil, o VP citou setores tradicionais que já investem pesado nessas tecnologias, mas lembrou que a rapidez de adoção vem do grupo conhecido como PME.  “99% das empresas no Brasil são PME e elas estão aderindo ao digital e muitas vezes até mais rapidamente que as grandes empresas. Empreendedores e startups farão a diferença nesse campo”, comentou, completando que essa rapidez também acontece pelo fato de os negócios serem menos complexos, propiciando uma virada mais ágil.

Muruzabal garante que a própria SAP tem se transformado ao longo dos últimos cinco anos. Cada vez mais a fabricante se posiciona como uma empresa de nuvem e com entrega de dados e análises em tempo real por meio de sua plataforma Hana. Avaliando as falas do executivo em números, você percebe uma mudança em curso: em 2010, a companhia não tinha nenhum cliente em nuvem, hoje são mais de 90 milhões de usuários interagindo com sistemas SAP em cloud; a plataforma Hana saiu também de zero para 10 milhões de clientes. “A SAP tem se reinventado, a líder em ERP no mundo é hoje a empresa que transforma a maneira que as empresas rodam seus negócios”, afirma.

Mas em meio a tantos nomes e siglas, existe um foco de atuação? Para Chakib Bouhdary, Chief Transformation Office da SAP, o primeiro foco é a experiência que você entrega ao cliente. Ele lembra que a tecnologia vem mudando rapidamente, há anos era mainframe, veio cloud, o frisson por mobilidade e, agora, ele avalia que, pela primeira vez, cinco tecnologias atingiram a maturidade ao mesmo tempo. “Conectividade, cloud computing, super computação/ciência do dado, blockchain, que considero uma das maiores inovações recentes, e o mundo inteligente, com robótica e impressora 3D. Com isso, o custo da disrupção ficou muito baixo”.

Para o executivo, mais que buscar um foco ou pensar apenas em qual tecnologia adotar, será preciso aprender a personalizar tudo. A forma como as empresas aprendem, por exemplo, difere uma das outras, assim, é preciso personalizar o ensino e isso vale para produtos, impactando fortemente o mundo industrial. Será que os 79% do PIB brasileiro ainda não impactados pelo digital estão preparados para isso? Fica a reflexão.

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