3 passos para as empresas chegarem ao Net Zero

Pesquisa da Accenture mostra pouco otimismo para descarbonização

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11:56 am - 21 de novembro de 2023
Net Zero

Menos de uma em cada cinco empresas (18%) está no caminho certo para atingir o Net Zero em suas operações até 2050, e mais de um terço (38%) afirma que não pode fazer mais investimentos em descarbonização no atual ambiente econômico, de acordo com uma nova pesquisa da Accenture.

Entretanto, os líderes da indústria podem quebrar este impasse econômico em apenas três anos, reinventando estratégias de descarbonização que permitam o crescimento da indústria pesada, que utiliza energia intensiva e com difícil redução – como a siderurgia, metais e mineração, cimento, produtos químicos e frete e logística – cujas operações geram 40% do total das emissões globais de CO2.

De acordo com o levantamento, o número de empresas que estabeleceram metas para net zero aumentou para 37%, acima dos 34% do ano passado. Apesar dos motivos para um otimismo moderado, metade (49,6%) das empresas que divulga dados de emissões levou ao aumento das emissões desde 2016. Um terço (32,5%) está reduzindo as emissões, mas, com base nas tendências atuais, não está no caminho certo para atingir o net zero em suas operações até 2050.

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Para resolver o problema a nível empresarial, o relatório identifica um amplo conjunto de alavancas de descarbonização que permitem e aceleram o progresso. Estas vão desde ações bem estabelecidas, como a melhoria da eficiência energética e a mudança para energias renováveis, até medidas mais complexas, como a implementação de TI verde, a reinvenção de modelos de negócio e a remoção de carbono.

“É promissor ver novamente um aumento nos compromissos públicos com metas net zero este ano, mas a adoção de medidas-chave de descarbonização não é uniforme, com algumas empresas ainda tímidas na ação”, disse Matthew Govier, líder de serviços de sustentabilidade da Accenture na América Latina.

“Alcançar o net zero é uma oportunidade única para cada organização se reinventar e reformular as suas cadeias de valor, alinhando o crescimento dos negócios com o imperativo do net zero, apesar dos muitos obstáculos. No entanto, não se trata apenas de um desafio empresarial, mas também de um ecossistema, uma vez que é necessário abordar a desconexão entre a oferta e a procura”, complementa ele.

Além disso, 81% líderes da indústria pesada esperam precisar de mais de 20 anos para ter eletricidade zero carbono suficiente para descarbonizar a sua indústria, com os fornecedores de energia focados principalmente na descarbonização das suas próprias operações.

E 95% dos líderes da indústria pesada esperam precisar de pelo menos 20 anos para fornecer produtos ou serviços com net zero com paridade de preços ou próximas às alternativas de alto carbono, e pouco mais de metade (54%) afirma que as futuras intenções de compra dos fabricantes lhes dão confiança suficiente para investir na descarbonização.

“A descarbonização célere da indústria pesada requer uma ação coletiva em toda a cadeia de valor. Isso pode superar o impasse econômico, inspirando novos ciclos de desenvolvimento em linha com a aceleração da neutralidade climática. Há muito espaço pra avanço em três anos”, disse Felipe Bottini, diretor-executivo de Sustentabilidade da Accenture América Latina. “Se atingir o net-zero na indústria pesada não for viável, então não será para nenhuma outra indústria. Há que se distribuir adequadamente o peso da transformação entre os setores”.

3 passos para chegar ao Net Zero

1.Buscar oportunidades “green premium” para financiar a primeira fase da descarbonização industrial: Green Premium é o preço adicional que pode ser pago por atributos amigáveis ao meio-ambiente. Segundo Bottini, “no caso do carbono, a regulação internacional já caminha para priorizar produtos com emissões menores, o que se reflete em preço diferenciado a esses produtos sem a necessidade de benevolência ou ativismo do consumidor”.

A indústria leve tem destacado potencial nesse quesito. Absorver os custos iniciais da descarbonização de forma que a venda do produto capte esse valor vai potencializar a transição. 52% dos executivos dos setores pesados veem o crescimento das receitas como o principal caminho para melhorar o cenário econômico para as três principais prioridades de descarbonização.

2. Expandir a energia de baixo carbono e o hidrogênio mais rapidamente para garantir um fornecimento seguro e acessível: a Accenture prevê que os custos nivelados da energia solar e do hidrogénio verde poderão cair a 77% e 74% até 2050, respectivamente, se o seu potencial for otimizado, reduzindo, em última análise, o custo de produtos industriais verdes. Além disso, quase dois terços (64%) das empresas de petróleo, gás e energia acreditam que os seus clientes industriais e logísticos estão dispostos a entrar em parcerias de descarbonização a longo prazo, colaborando para iniciar um círculo virtuoso.

3. Reduzir as despesas de capital e operacionais relacionadas com infraestruturas de baixo carbono: É essencial que as reduções de custos, que estão principalmente sob o controle da indústria pesada, sejam plenamente realizadas para impulsionar a sua descarbonização. Por exemplo, com base na nossa análise, existe um potencial significativo de redução de custos (49% até 2050) no aço verde, sendo a redução dos custos de construção e de equipamento uma alavanca fundamental.

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Redação

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