3 filmes para entender a importância do compliance empresarial

Cinema oferece obras importantes para compreendermos o impacto de uma governança corporativa orientada a pilares de compliance

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4:11 pm - 20 de março de 2021
grupo trabalha com a palavra compliance ao centro

Nos últimos anos, a presença de políticas de compliance tem se mostrado fundamental para a harmonia corporativa e o respeito à legislação vigente por parte das empresas. Mesmo assim, não são todas as organizações brasileiras que possuem esse aspecto bem consolidado internamente, talvez por desconhecimento ou até falta de preocupação com uma parte crucial para o sucesso de qualquer negócio. Felizmente, o cenário está mudando e a tecnologia é uma aliada na missão de quebrar esse paradigma histórico no país.

No campo do entretenimento, existem ótimas referências para compreendermos o impacto de uma cultura sustentada pelo compliance. A reflexão é bem-vinda e serve de porta de entrada para que as figuras de liderança, grandes detentores do poder de decisão, possam implementar medidas capazes de estruturar um ambiente de trabalho com elementos de ética, conformidade e segurança.

Nesse sentido, listo três filmes que considero importantes:

A Rede Social (2010)

O filme que apresenta ao mundo os bastidores da criação do Facebook traz ensinamentos valiosos, especialmente sobre a ética no cotidiano empresarial. Centralizada no então estudante Mark Zuckerberg, a trama nos mostra as consequências que uma ideia colocada em prática, ao atingir determinado sucesso, pode trazer a uma organização aparentemente funcional e harmoniosa.

Conflitos de interesses, egos em choque e quebras de contratos são elementos que compõem uma obra eficaz em demonstrar o sucesso de uma companhia emergente, mas sem desconsiderar as brigas internas que marcaram judicialmente a rede social.

O debate acerca da apropriação de ideias também é muito presente, e nos leva à importância de um trabalho em equipe no qual todos estão alinhados sobre preceitos únicos de ética. Quem nunca observou uma situação em que um determinado profissional assumiu a autoria de uma proposta que, inicialmente, não lhe pertencia? Isso é aceitável? O que está previsto em algum lugar escrito ou registrado digitalmente?

Atingindo o espaço de mérito e recompensa, trata-se de um assunto delicado, mas que, com a ética enraizada entre os colaboradores, pode ser contornado com facilidade.

O Quinto Poder (2013)

Apesar de não abordar de forma direta a realidade de uma empresa, com um teor mais governamental, o filme traz um questionamento preponderante sobre a fragilidade dos dados. Sob o plano de fundo do acontecimento acerca do WikiLeaks e a ascensão de Julian Assange, o filme demonstra a gravidade de se ter informações sensíveis vazadas ou divulgadas ilegalmente.

Sem entrar no mérito das motivações e aquela velha noção de certo ou errado que permeia Hollywood, podemos emplacar a obra com a chegada de novas leis regulamentárias para que os dados sejam preservados entre as corporações. Afinal, essa é uma tendência inadiável.

Com levantamentos filosóficos sobre o custo de se divulgar segredos e se essa movimentação realmente é benéfica para a sociedade, a história explora com eficiência o tema de corrupção corporativa e como isso é capaz de envenenar a ordem de um país e do mundo inteiro.

Fato é que esse dilema não é exclusivo de governos, pelo contrário, também diz respeito ao comportamento de empresas e conglomerados, que devem priorizar governanças que enfrentem a corrupção e tratem o fluxo de dados com mais segurança e transparência.

Fome de Poder (2016)

Ray Kroc é certamente um dos exemplos mais significativos quando o assunto é empreendedorismo e ambição. Fome de Poder traz a trajetória do homem responsável por transformar o McDonald’s no que é hoje – um fenômeno global e uma rede de fast food cujo modelo de negócio tem sido replicado por inúmeras marcas. Entre tantos ensinamentos a serem absorvidos por nós, espectadores, o filme mostra como é importante ir além do produto e reunir peças para criar um diferencial competitivo único, desde o relacionamento com o cliente, o método de trabalho e a entrega do serviço. Tudo deve convergir para que o consumidor tenha uma experiência que o fidelize com a empresa.

Certamente, o gosto por crescer cada vez mais do protagonista é um dos destaques da obra e nos faz entender o motivo por trás do sucesso do McDonald’s. No entanto, o tópico pode sim ser contextualizado para a concepção que todos possuímos sobre nossos negócios, respectivamente. Queremos diferenciais, inovação, e transmitir isso para o mercado requer tempo e dedicação. O compliance é, sem dúvidas, uma mudança profunda, mas se conduzida com o aprofundamento necessário e um trabalho a longo prazo, poderá render frutos extremamente positivos para as organizações.

 

Por fim, além de ótimas peças de entretenimento para quem busca se engajar em uma boa história audiovisual, os três filmes citados nesse artigo também são meios de se pensar no compliance como uma porta de entrada para oportunidades promissoras para a empresa e seus profissionais.

*Régis Lima é diretor executivo e de operações na Lumen IT

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