Independência, inspiração, liberdade e empreendedorismo
O 7 de setembro é a data em que o Brasil passou a existir, é um dia inspirador para empreendedores.
Creio que, como brasileiro, não existe data mais comemorada pelo País como o 7 de Setembro. É a data, afinal, em que o Brasil, de fato, passou a existir. O dia, tão celebrado e simbólico, também é inspirador. Ou, ao menos, deveria ser para os empreendedores.
Independência, para mim, é sinônimo de liberdade. Eu creio que toda e qualquer pessoa sonhe com a independência financeira. Um empreendedor, portanto, não deve ser diferente. Enxergar a própria empresa andando de maneira autônoma, tal qual o Brasil no século XIX, é a realização de um sonho para mim.
Para alcançar esse estágio, porém, é necessário muito estudo, experiência, preparo e boa gestão. Tudo isso também acontece a prática e conhecimento – é bem verdade. Por que o preparo intelectual do empreendedor é o começo de tudo. A vontade de aprender, se informar e se atualizar deve ser inerente ao exercício de comandar uma empresa, simplesmente.
Em qualquer curso que verse sobre administração, uma das palavras que o estudante mais ouvirá é planejamento. Não à toa: traçar metas, projetar investimentos, lucros, entradas e saídas e ter um rigoroso controle sobre que envolva o negócio é, mais do que importante, fundamental. E, aqui, existe um documento que é quase o Grito do Ipiranga do empreendedor: o plano de negócios. Invista nele.
O conhecimento teórico obtido em faculdades, cursos e por aí vai passa a concorrer com outras experiências a partir de agora. Afinal de contas, a parte prática do negócio também merece todo o destaque. E, por isso, é importante conhecer o mercado em que sua empresa atuará muito bem antes de abri-la. Cada segmento tem suas próprias peculiaridades, e isso pode ser a diferença entre uma instituição de sucesso e a outra que terá dificuldades para crescer.
Todo e qualquer mercado, como você deve imaginar, terá concorrentes. Eles, há mais tempo no mercado, devem ter mais noção do segmento que uma companhia ainda incipiente. Conhecê-los também é importante – seja para identificar fraquezas, seja para se inspirar em algo positivo. No mundo corporativo, chamamos esse “estudo da concorrência” de benchmarking. Lembre-se que, quando o Brasil se emancipou de Portugal, cerca de outros quinze países da América já tinham se separado da metrópole. E Dom Pedro sabia disso por ter conhecido sua vizinhança.
Mercado, concorrentes… falta algo para essa equação se encerrar, certo? Pois bem: conhecer bem o produto/serviço que você oferece para o mercado é vital. Isso potencializa sua capacidade de venda e de conversão – e auxilia a atenuar eventuais imperfeições. Também não esqueça de sempre buscar atualizações a respeito. Em um mundo cada vez mais dinâmico, muita coisa pode mudar em pouco tempo.
Quero encerrar essas dicas com algo que, infelizmente, não é possível aprender. Ela, muitas vezes, aparece, apenas, com a experiência. Falo da paciência. Ela não deve ser confundida com omissão, nem tampouco com desleixo. É necessário, porém, acreditar nos rumos que você mesmo decidiu para o próprio negócio – a ponto de saber que dias ruins e resultados aquém do esperado também fazem parte do processo de maturação de uma companhia.
Lembre-se: foram mais de 300 anos para constituir um povo na então colônia de Portugal. No período, decepções e grandes vitórias. Tudo isso resultou no Brasil, que, mesmo com tantas dificuldades, é um um país com uma infinidade de virtudes e oportunidades. Como empreendedor, cuide do seu país e o ajude a crescer.
*Por Marco Camhaji, CEO da Adianta, foi sócio-operacional da Redpoint Eventures e CFO da Movile. Também tem passagens por Apontador, NetMovies, PricewaterhouseCoopers, KPMG, Kyocera Wireless e General Electric.