Estresse do trabalho de TI faz aumentar profissionais em busca de novo emprego

O terceiro estudo anual IT Admin Stress Survey, da GFI Software, mostra que 77% dos consultados consideram seu trabalho estressante, alta de 12% em relação ao ano passado. 79% dizem ainda considerar deixar o emprego por outra vaga em questão do stress, versus 57% em 2013.
Todo esse estresse está afetando a vida pessoal dos profissionais, inclusive sua saúde. Segundo o levantamento, 38% perderam funções sociais devido ao trabalho, e 35% perderam ainda funções familiares pela mesma razão. Um terço dos consultados têm problemas para dormir por causa da carga de estresse do trabalho, e 25% sofreram alguma doença relacionada a isso. Além disso, 30% se consideram mais estressados que as pessoas da sua família ou de seu convívio social.
A pesquisa também notou que os principais responsáveis pelo estresse aos administradores de TI são a pressão da gestão da empresa, citada por 28,9% dos consultados, e falta de profissionais suficientes para as tarefas, mencionada por 23,7%.
Falta mão de obra
As empresas de tecnologia podem estar aumentando o nível de contratações, mas nem sempre há suficientes funcionários de TI para suportar essas novas posições, então administradores de TI são forçados a fazer mais com menos, diz o gerente geral da unidade de infraestrutura da GFI, Sergio Galindo.
As conclusões da pesquisa soam como a mais absoluta verdade para o analista chefe do 451 Group, Eric Hanselman. Ele afirma, contudo, que o estresse dos administradores de TI são criados por novas tecnologias e também aliviados por elas.
Eles têm, cada vez mais, que gerir mais servidores à medida que a demanda por computação cresceu nas empresas – mas a virtualização ajudou a reduzir o número de servidores físicos que precisam ser mantidos, e sistemas automatizados são desenvolvidos para a gestão de todos os servidores virtuais de um único desktop, diz Hanselman.
Mais recentemente, a tendência de traga seu próprio dispositivo (BYOD) afetou diretamente os administradores de TI que têm que acomodar diferentes dispositivos pessoais que os usuários trazem ao trabalho. “Janeiro é sempre o pior mês para a TI porque é logo depois das festas, e todo mundo está tentando conectar na rede tudo que ganharam”, opina o especialista.
Agora, novas tecnologias de gestão de dispositivos foram trazidas às prateleiras para automatizar a tarefa de permitir diferentes devices operando sistemas e acessando de maneira segura a rede corporativa, acredita Hanselman.
Acontece que a tecnologia ainda parece pregar alguns truques aos administradores, como a recente brecha de segurança Heartbleed, vinda à tona nos últimos meses, e o fim do suporte da Microsoft ao Windows XP. E os resultados da pesquisa levantam a questão sobre o que eles esperam ganhar ao mudar para uma nova função em uma nova empresa, onde os mesmos fatores de estresse podem aparecer.
Em primeiro lugar, o ‘boom’ da era da internet do fim da década de 1990 e início dos anos 2000 não está se repetindo hoje, defende Hanselman. “Havia um tempo em que as pessoas pulavam de empresa a empresa por aumentos massivos em seus salários. Não é a situação hoje”.
Em vez disso, administradores de TI procurando por um novo emprego querem estabilidade, talvez novas responsabilidades, mas também um equilíbrio melhor entre trabalho e vida pessoal, opina. Eles procuram por gestões que reconheçam o estresse o qual eles enfrentam, e como lidar com isso.
“Eles precisam antecipar esse pensamento para lidar com o estresse antes que ele comece a impactar a qualidade de entrega de serviço”, aconselha Hanselman. “E apenas companhias excepcionais que estão endereçando isso proativamente”, analisa.
Foram consultados 200 profissionais nos Estados Unidos. Mas queremos saber: a situação se aplica aqui no Brasil também? Comente!