VMware reafirma foco em multicloud sem abandonar legado
Em coletiva de imprensa, executivos brasileiros da empresa comentaram anúncios do VMworld 2021, evento global da companhia
No primeiro VMworld após o anúncio de um spin off por parte da Dell – que detém 81% da VMware desde 2016 –, a fabricante de software parece não ter perdido o foco. Multicloud é a palavra de ordem no discurso da empresa, que anunciou uma série de ofertas com o objetivo de estimular clientes (atuais e potenciais) a migrarem para a nuvem e se transformarem digitalmente, independente de que fornecedores e em que velocidade escolham fazê-lo.
A empresa reuniu a imprensa brasileira nessa quarta (6) para detalhar as novidades enquanto o evento global ocorria virtualmente pela segunda vez. O mote dos executivos brasileiros reunidos foi comentar as novidades anunciadas durante o evento, incluindo os avanços no VMware Cloud para permitir o uso de uma infraestrutura de múltiplas nuvens para a migração de aplicações corporativas em menos tempo e custo (metade de ambos, alega a empresa).
“Multicloud e aplicações são o principal de tudo que estamos fazendo hoje”, resumiu André Andriolli, CTO da empresa para a América Latina. “Organizamos [o portfólio] em algumas famílias de serviço para desenvolver, rodar e gerenciar aplicações. Isso dá aos desenvolvedores autonomia e eficiência ao mesmo tempo.”
A promessa da VMware é oferecer aos clientes liberdade e controle em ambientes multicloud, com base confiável para acelerar a inovação digital.
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Entre os anúncios estão um novo portfólio de serviços de Kubernetes gerenciados para modernizar aplicações no VMware Cloud; novos recursos de execução de aplicações corporativas no ambiente, que prometem mais segurança; e uma nova iniciativa de suporte, entre outras coisas.
“Os desenvolvedores poderão publicar códigos em produção de maneira mais rápida e simples. Desse jeito extrair mais valor de aplicações de negócios, usando APIs diversas em cima de qualquer distribuição Kubernete. E focar naquilo que ele mais gosta, que é codificar”, explicou aos jornalistas Rafael Carvalho, executivo de contas da empresa, referindo-se a Tanzu, geração mais atual do vSphere, que agora também abarca código aberto.
Outro aspecto muito ressaltado por Charbel Chalala, que assumiu a pouco mais de um ano a missão de liderar a divisão de segurança da VMware no Brasil e na América Latina, a VMware Carbon Black, há um esforço grande da empresa em proteger a camada de software – seja ele na nuvem como serviço (SaaS), em várias nuvens ou rodando nas bordas (edge).
“No primeiro dia de VMworld, anunciamos mais uma camada de segurança para arquitetura SaaS que é oferta de DLP [Data Loss Prevention]”, disse Chalala. “Pensem na VMware como uma empresa de segurança. Temos feito investimento em várias camadas, principalmente multicloud.”
As inovações nessa seara que prometem fornecer segurança para endpoints, máquinas virtuais e contêineres estão baseadas em uma arquitetura Zero Trust. As novidades incluem acesso seguro à workloads para Zero Trust dentro de nuvens e data centers, segurança elástica para aplicações em edge e Cloud Disaster Recovery e Carbon Black Cloud para proteção e recuperação de ransomware.
Canais e legado
A Rafael Camillo, diretor de canais da VMware, coube lembrar a importância dos parceiros de venda da empresa. Houve mudanças na estrutura de parcerias, principalmente no que tange aos incentivos. O objetivo, ressaltou, é estimular negócios a partir do novo portfólio (e da nova estratégia e posicionamento) da empresa por meio dos canais.
“Há um novo incentivo de deployment, para premiar e recompensar parceiros na instalação, mantendo a base instalada e focada em multicloud. Também temos atualizações nos recém-lançados assessments técnicos e provas de conceito. Isso permite ao canal ser recompensando na pré-venda, independente da transação”, explicou o executivo.
Segundo Camillo, a Vmware incentiva os canais a fazer parcerias entre si e com outros players para compor soluções. O objetivo da empresa é, ressalta, manter-se agnóstica. “Sempre fizemos alianças com outros players. Desde nossa fase de virtualização de servidores tínhamos alianças com vendors de equipamento, e agora com provedores de nuvem”, disse.
O mercado de virtualização tradicional, aliás, continua de vento em popa, segundo Andriolli. Houve inclusive crescimento nas vendas desse tipo de solução no segundo semestre de 2021, “para nossa surpresa”, disse. Trata-se de um portfólio que não foi invalidado ou abandonado com o movimento acelerado para a nuvem pública ou híbrida, e as nuvens privadas “continuam muito fortes”.
Segundo o executivo, o “hypervisor líder global e onde mais rodam aplicações no mundo todo” ajuda as empresas não só a manter flexibilidade sobre a forma de contratar soluções – seja on premise ou como serviço –, mas também a valorizar o conhecimento das equipes de TI. Assim é possível utilizar o conhecimento acumulado em um momento em que mão de obra é tão disputada.
“Todo mundo precisa criar aplicações mais rápido. É um sentimento de criança na Disney, tem muita opção”, brincou o executivo. “Sem esse tipo de software que a VMware oferece, fica complicado escolher.”