Conselho de Arquitetura recusa registro de alunos formados em cursos EAD
Em decisão, órgão diz que setor está relacionado com a preservação da vida e bem-estar das pessoas
O CAU/BR (Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil) anunciou na última semana que irá recusar os pedidos de registros dos profissionais de bacharéis em Arquitetura e Urbanismo formados em cursos na modalidade EAD (Educação à Distância).
Com a decisão, tomada na última sexta-feira, 29/3, durante a 88ª Reunião Plenária do Conselho, em Brasília, os 27 CAU/UF do país não poderão registrar esses formandos de cursos EAD, de forma a impedi-los de atuar na profissão, conforme comunicado do órgão.
De acordo com o CAU, a determinação tem ligação com o fato de o setor estar relacionado com a preservação da vida e bem-estar das pessoas, da segurança e integridade do seu patrimônio e da preservação do meio ambiente.
Outro motivo citado pelo Conselho em seu site para a mudança incluem a necessidade do arquiteto e urbanista precisar possuir um conjunto sistematizado de conhecimentos das artes, das ciências e das técnicas, assim como das teorias e práticas específicas presenciais da área, experiência que o CAU considera impossível de ser passada à distância.
EAD integral
Conforme aponta o órgão, a decisão acontece após normas recentes do Ministério da Educação terem ampliado o percentual do EAD na graduação universitária de diferentes profissões, permitindo a oferta de cursos 100% à distância. “Essa é uma preocupação de um grande grupo de profissões, como pude ver em outros conselhos profissionais”, afirmou o presidente do CAU/BR, Luciano Guimarães.
Já a conselheira Andrea Vilella, representante das Instituições de Ensino Superior e coordenadora da Comissão de Ensino e Formação do CAU/BR, afirma que a formação a distância na Arquitetura e Urbanismo traz riscos tão graves quanto na área da Saúde. “Trata-se de segurança da vida, por isso outras profissões como dentistas, farmacêuticos e veterinários também criticam o ensino a distância”, disse.