Mercado de TI está em queda, mas serviço ainda é luz no fim do túnel
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Por Mariano Gordinho*
A
estagnação econômica do país pesou para o mercado de distribuição de TI. A 6ª Pesquisa da
Associação Brasileira dos Distribuidores de Tecnologia da Informação recentemente realizada pelo IT Data e divulgada pela Abradisti constata o choque da realidade no nosso setor, que deve encerrar
2015 com uma queda de oito pontos percentuais.
Os
distribuidores já esperavam um faturamento baixo neste ano devido às condições
políticas e econômicas no Brasil, mas os resultados financeiros se equiparavam
aos de 2014 até o mês de maio, para boa parte das empresas. Embora o consumo já
apresentasse uma breve queda, a alta do dólar teve participação fundamental, já
que foi repassada ao preço dos produtos e não obteve boa aceitação do
consumidor final.
Os
resultados da pesquisa exemplificam: a representatividade das receitas
provenientes da venda de hardware caiu de 31,4%, em 2014, para apenas 26,9% em
2015. Por outro lado, distribuidores que fizeram uma diversificação de seus
negócios, comercializando outros produtos não relacionados a TI, tiveram melhor
desempenho, superior à média do mercado em 2014 e 2015.
Ainda há luz fim do túnel
Apesar
de números pouco animadores, é importante lembrar que o mercado movimentou quase
R$ 12 bilhões em 2015, uma parcela ainda muito significativa da nossa economia.
Além disso, metade das revendas entrevistadas aponta que ainda esperam encerrar
o ano com uma leve alta, na faixa de 1%. Apesar de estar abaixo da previsão
inicial e até da inflação do ano, a manutenção da receita pelos revendedores é
um cenário mais positivo do que o enfrentado pelo varejo, que deve acumular uma
queda de até 20% nos produtos de tecnologia.
Não
é segredo que a prestação de serviços é o futuro para as revendas e tem representado
uma participação cada vez maior em seu faturamento: na média nacional, essa
fatia já chega a 40,5% em 2015. Esta característica também influencia até na
presença da revenda, em que 57,6% já não possuem loja física, preferindo atuar
pela Internet ou até no modelo home office. Esse índice cresceu 5% em relação
ao ano passado.
O que esperar para
2016?
O
estudo também mapeou o comportamento do mercado corporativo e aponta algumas
demandas das empresas por tecnologia. Foi constatado que a prioridade das áreas
de TI, independentemente do porte e orçamento, é reduzir custos, especialmente
de telecomunicação e energia.
Neste
contexto, é imprescindível que as revendas preparem suas estratégias para 2016.
As duas áreas que mais recebem prioridade em novos investimentos segundo o
estudo são “Vendas” e “Atendimento aos Clientes”, enquanto as demandas com
destaques são por soluções de logística, mobilidade e segurança da informação.
Planeje-se
e aproveite as oportunidades para continuar colhendo frutos em um mercado que
ainda movimentará mais de R$ 10 bilhões ao ano.
*Mariano Gordinho é
diretor executivo da Associação Brasileira dos Distribuidores de Tecnologia da
Informação (Abradisti).