Celular? Internet? Viagem para o exterior? Sucesso!!

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9:28 am - 05 de agosto de 2012

Meses atrás discuti o uso de Internet e 3G no exterior. Afinal quem viaja não pode ficar absolutamente desconectado do mundo, mesmo que em férias. Na ocasião publiquei o texto “Celular? Internet? Viagem para o exterior? Socorro!!!!“. O termo “socorro!!” fora muito bem aplicado, pois as condições comerciais de uso de celulares das principais operadoras brasileiras (Vivo, OI, Claro e TIM) levantadas na ocasião eram terrivelmente caras.

Não quero repetir o que já falei, mas grosso modo para falar ou receber ligações do Brasil, variando um pouco em função do país, algo entre R$ 5 a R$ 10 por minuto. Para usar 3G as condições são ainda mais escandalosamente dispendiosas. Cerca de R$ 35 cada megabyte trafegado, que no meu caso, apenas para receber meu fluxo natural de e-mails (spam à parte) custaria perto de R$ 300 POR DIA (tráfego de 8.5 Mbytes). Completamente inviável!! Quem quiser conhecer mais detalhes leia o texto anterior.

Mas a razão de eu escrever este outro texto foi porque consegui usar uma solução FANTÁSTICA, boa, rápida e barata e precisava compartilhar com os leitores, inclusive algumas “manhas” que descobri nestes dias. Na verdade não foi sozinho que descobri esta solução que eu vou descrever. Graças a diversos comentários que recebi no texto anterior, diversas pessoas recomendaram alternativas as quais pude ponderar e escolher o caminho que foi bom para mim. De antemão, agradeço a todos que me ajudaram e me direcionaram para este final feliz.

Fiz uma viagem breve (3 semanas) entre Espanha e Portugal, sendo que a maior parte do tempo permaneci  o território Espanhol. Assim logo que cheguei ao país procurei lojas de operadoras de celular espanholas ou europeias. Há muitas alternativas. Algumas mais conhecidas como VODAFONE, TIM ou ORANGE. Mas acabei contratando o serviço da (para mim) desconhecida YOIGO. Há muitos planos, muitas alternativas. Vou descrever a que utilizei e alguns “truques” que descobri.

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A solução adotada

Pelo valor de 20 euros (cerca de R$ 51) comprei um chip, que instalei em meu smartphone (HUAWEI IDEOS X5). Precisei apenas mostrar meu passaporte (que teve a página principal  copiada pelo operador da loja) e o endereço do hotel que me encontrava na ocasião. Neste valor estavam incluídos acesso 3G de alta velocidade até 500 Mbytes de tráfego e todos os 20 euros para uso em telefonia. O valor cobrado pelo minuto, para ligações locais era entre 8 e 16 centavos de euro (8 local e 16 em Portugal). Isso representa cerca de R$ 0,40 (no caso mais caro), ou seja, mais barato do que o minuto de ligação para celular para planos pós-pagos no Brasil. Pré-pago custa em nosso país entre R$ 1,10 e R$ 1,60 o minuto.

Como meu smartphone tem função de modem 3G , via cabo ou WiFi (“tethering”), além dos aplicativos no celular ou pude usar meu notebook à vontade. Fiz testes de velocidade e para minha surpresa obtive velocidades de 3.5 Mbps para download e 2.8 Mbps para upload. Isso é quase 4 vezes a velocidade de meu modem 3G brasileiro (sendo que o upload da minha solução da OI é de apenas 128 kbps, 20 vezes mais lento).

Usando o telefone

Não tenho muito a comentar sobre o uso de telefonia. Afinal deu tudo certo. Apenas que para falar com as poucas pessoas que me ligaram do Brasil (minha família), não precisei pagar para receber ligações taxas de roaming, similares aos custos pode minuto para originar chamadas. Mas no dia que eu precisei ligar para o Brasil, falei 3 minutos e esta ligação custou 1 euro apenas!! Isso mesmo!! Custou 0,33 centavos de euro cada minutos, pouco mais de R$ 0,83 centavos para ligar para o Brasil!!!

Usei meus créditos até o final. Não precisei recarregar (depositar mais euros) na conta pré-paga. Foi a conta exata. Usei pouco telefone, é verdade. Mas amigos que também estavam viajando na ocasião puderam me ligar, marcar encontros, enfim tudo que pessoas conectadas podem e precisam fazer.

Usando o 3G ? truques

Já comentei que a velocidade do acesso 3G, seja no smartphone ou em meu notebook foi notável! Mas eu tinha uma cota de 500 Mbytes para uso e de antemão não sabia se este valor seria suficiente para o tempo de minha viagem. Eu fora informado de que ao completar a quota contratada eu teria duas opções. Pagar mais 8 euros da minha conta (descontando dos 20 euros de crédito do chip) para continuar navegando sem restrições (sem quota) ou apenas seguir navegando (também ilimitado) porém com restrição de velocidade.

Não me policiei, nem contei bytes ao longo da viagem. Usei tudo que tinha direito. Facebook, Google, Youtube, e-mails com anexos, etc. Mesmo os vídeos rodavam muito bem nesta situação. Mas um belo dia eu recebi um SMS avisando que o limite de 500 Mbytes fora atingido. Quase gastei mais 8 euros para garantir boa navegação, mas rapidamente mudei de ideia. A “redução de velocidade”, testada pelo site http://wwwspeedtest.net revelou-se surpreendente. Ficou 3 vezes mais lenta a velocidade, caindo para 1.20 Mbytes para download e 1.26 Mbytes para upload. Lembro que a solução que uso no Brasil (OI) me entrega 1.0 Mbytes para download e 200 Kbps (0.2 Mbps) para upload. Sendo assim, este nível de conexão era totalmente suficiente para mim, continuei a usar o serviço sem gastar mais um centavo sequer. E ativando “Tethering” provi acesso à Internet para mais duas ou três pessoas em várias ocasiões (meu smartphone virando um ponto de acesso WiFi), além de meu próprio uso.

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Tive que descobrir um truque para usar Skype. Não apenas YOIGO, mas diversas operadoras de celular no mundo procuram restringir o uso de Skype em sua rede. Afinal com Internet ilimitada, e uma conversação precisando menos de 0.1 Mbps para acontecer, o usuário do smartphone só usaria telefonia IP e não gastaria um centavo sequer de seus créditos junto à operadora. Assim ao tentar usar Skype, no meu caso Skype-out (para ligar para telefones fixos ou celulares no mundo), as ligações não eram completadas. Acontecia algum tipo de interferência de tráfego. Coisas do mundo das telecomunicações. Porém consegui usar o Skype pelo meu computador, mesmo conectado via 3G. Bastou eu fazer uma conexão VPN (rede privada virtual largamente usada em empresas). Assim o tráfego era “tunelizado” (passava em um túnel codificado) e a operadora não tinha como interferir. Dessa forma superei a limitação imposta pela YOIGO ao uso de Skype. Nada a ver com este assunto, mas também curioso foi que usei o mesmo expediente para ver jogos do Brasil da olimpíada pelo site da RECORD (record.g7.com). O acesso via Internet era autorizado apenas dentro do território brasileiro, mas com a conexão VPN eu conseguia superar a limitação, pois pela VPN o tráfego todo passava pelo “túnel” brasileiro. A saber, ligações Skype-Skype eram possíveis, as dificuldades aconteciam ao tentar ligar do Skype para telefones fixo ou celulares usando o serviço Skype-out.

Convém contar para os leitores que neste momento estou escrevendo este texto em uma longa espera no aeroporto (voo transferido), com o smartphone ativado, e usando a Internet com plenos recursos. Se você ler estas linhas antes de 2ª feira (06/08) com toda certeza terá sido publicado, textos e imagens usando este profícuo e acessível ambiente.

Usando 3G em roaming internacional é uma opção, embora não coberta pelo plano “ilimitado”. Em Portugal (relembro que a Yoigo é da Espanha) eu ativei o serviço 3G e isso me custou R$ 17 para cada megabyte. Caro, muito caro, mas ainda assim exatamente a metade do custo das operadoras brasileiras para uso de Internet no exterior e lembrando tratar-se de plano pré-pago (sempre mais caro). Usei com moderação, apenas para verificar alguns recados e checar redes sociais e depois desliguei.

Conclusão

Sabemos que no Brasil os custos de diversos produtos e serviços são afetados pela carga tributária. Não sei ao certo o impacto dos impostos nas telecomunicações, mas sei que, por exemplo, o custo de eletricidade inclui 33% de impostos (fala-se em 25% “por fora”, que resulta em 1/3 do custo da sua conta de luz com impostos). Mas a despeito dos impostos, a qualidade dos serviços de telefonia e 3G da empresa que contratei são muito, mas muito melhores do que desfrutamos no Brasil. O maior exemplo é a “Internet com limitação de velocidade” que é melhor que qualquer 3G que já usei em nosso país.

De certa forma é triste reconhecer isso. Ter que recomendar às pessoas que em viagens ao exterior não usem os serviços das empresas brasileiras e sim que procurem adquirir um plano pré-pago tão logo desembarquem no país de origem. Qualidade, preço e liberdade de acesso ás informações. Só há uma pequena desvantagem. Quem precisar ligar para você terá que realizar uma chamada internacional. Se originada de um telefone fixo o custo para realizá-la nem será tão cara e terá como desejável efeito colateral desestimular que liguem para você sem real motivo, principalmente se for em suas férias!!! Fica a dica.

PS: este texto foi originalmente publicado como “Celular? Internet? Viagem para o exterior? Sucesso!!” em meu blog pessoal FXREVIEW

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