Afinal, empresas com salários sob demanda retém mais os colaboradores?
Reter talentos e principalmente atrair bons profissionais são os maiores desafios das empresas no mercado atual.
Reter talentos e principalmente atrair bons profissionais são os maiores desafios das empresas no mercado atual. Devido a grande concorrência, cativar os colaboradores passou a ser algo necessário. Toda empresa precisa oferecer um algo a mais: o clima, flexibilidade horário, home office ou até o salário sob demanda.
Uma pesquisa da Insper mostrou que 90% dos profissionais acreditam que os benefícios trabalhistas são o que realmente os mantém em uma empresa. Por isso, muitas vêm apostando em benesses corporativas, que de alguma forma, sejam um complemento ao salário que vem apenas uma vez por mês.
No mercado existem inúmeras tendências, como o salário sob demanda. A ideia é que o profissional não precise esperar a data protocolar para receber o seu salário. Trabalhando um dia que seja, ele já tem o direito de receber uma parte proporcional. Segundo a startup britânica Wagestream, esse tipo de benefício reduz em 41% o turnover das empresas. A mesma pesquisa apontou que 73% dos colaboradores ouvidos afirmaram estar mais motivados com a flexibilidade de salário.
Dessa forma, o trabalhador pode se sentir mais valorizado, pois a empresa demonstra sua preocupação com o lado humano dos colaboradores, resolvendo problemas financeiros emergenciais, que poderiam resultar na utilização do cheque especial e empréstimos em casos de emergência, já que segundo o Serasa Consumidor, mais de 41 milhões de brasileiros aceitariam fazer algum tipo de empréstimo para cobrir algum custo inesperado. Com essa liberdade a empresa demonstra sua preocupação não só com a vida profissional do colaborador, mas também pessoal.
Entender relação entre oferecer benefícios e o impacto disso para os funcionários pode ajudar o RH a desenvolver estratégias que irão motivar mais os colaboradores e evitarão saídas em curto prazo. Dentro de uma organização existem benefícios obrigatórios, previstos nas leis trabalhistas, como FGTS, vale transporte e vale refeição. Agora, se a empresa pensa além e na valorização dos seus colaboradores, os opcionais se destacam.
Vale lembrar que, de acordo com um estudo feito pela Universidade da Califórnia, funcionários felizes são, em média, 31% mais produtivos, três vezes mais criativos e vendem 37% mais, especialmente quando não há pressão financeira. Em resumo, pensar nos benefícios opcionais para seus colaboradores pode agregar aspectos valiosos para a sua marca, como retenção de talentos, aumento de atração de candidaturas às novas vagas, mais fidelidade e gratidão dos colaboradores.
*Por Nicholas Reise, CEO da Xerpa. Estudou economia em Londres, cursou Política e Economia Internacional na Georgetown University e fez MBA em Wharton com foco na América Latina. Desde então, atuou no Citigroup, corporação multinacional líder em investimentos bancários e serviços financeiros. Antes de fundar a Xerpa, veio para o Brasil para atuar na Redpoint e.ventures, um dos principais fundos de Venture Capital do país.