4 dicas para planejar, conceber e gerir produtos de sucesso
Já parou para pensar nos desafios que enfrentamos para colocar um produto de sucesso no mercado?
Quais são os desafios que enfrentamos para colocar um produto no mercado? Em primeiro lugar, o produto precisa ter o que chamamos de market fit. Em segundo, não há muito espaço para empresas que passam meses e meses entre a ideia e a concepção propriamente dita.
Mais do que nunca, é hora de organizações adotarem as metodologias ágeis (Agile).
Para contextualizar, a abordagem Agile surgiu no início dos anos 2000 para sanar as falhas do então método utilizado para desenvolvimento de software: o Waterfall. Em uma tradução para o português, Waterfall seria “cascata”, o que significa que as entregas seguem uma sequência. Acontece que esse método sequencial passou a não mais dar conta de requisitos de projetos modernos. Isso significa que a abordagem Waterfall não é mais utilizada?
A resposta é “não”. Ainda existem empresas que, para conceberem e gerirem um produto, ainda seguem o efeito cascata: de uma ideia nasce um plano de negócios, depois um roadmap, em seguida os requisitos para, então, fazerem o design, construírem, testarem e enviarem o produto para produção. A partir de então, ele vai para o mercado, e aí pense no que acontece quando percebe-se que o tal produto não é exatamente um market fit?
Nesse caso, aqueles meses desperdiçados (sim, porque eles realmente foram desperdiçados) não servem para nada a não ser para o aprendizado de que é preciso mudar. É aquela máxima: “errar é humano, mas persistir no erro é burrice”. Portanto, para ajudar você a mudar um pouco a mentalidade Waterfall, separei algumas dicas para a criação de produtos de sucesso.
1 – Defina um OKR
OKR é acrônimo para Objectives and Key Results. Trata-se de uma abordagem simples, mas que cria engajamento em torno de metas mensuráveis. Por tratar de Objetivos e Resutados-chave, temos que:
- Objetivo deve ser algo que motive sua equipe. Isso significa que precisa ser inspirador, além de curto e envolvente.
- Resultados-chave são as métricas para medir o progresso em relação ao objetivo (se não podemos medir, não temos como gerenciar, certo?). Cada objetivo deve ter de dois a cinco resultados, que devem ser quantitativos e mensuráveis. O ideal é que não ultrapasse de cinco, pois com um número muito elevado de resultados a probabilidade de que as pessoas se esqueçam deles é alta.
John Doer foi quem introduziu os OKRs na Google. Ele tem um jeito bem didático de explicar a aplicação dos Objectives and Key Results. Doer criou a fórmula de metas abaixo:
Eu vou (Objetivo) medido por (conjunto de Key Results).
Para simplificar um pouco mais, vamos imaginar um OKR assim:
Objetivo: Implementar novas features no produto X antes de 10 de dezembro
Resultados-chave:
- Reunir-se com engenheiro de software líder e engenheiro de controle de qualidade 3 vezes antes de 15 de outubro
- Fornecer designs visuais para produtos e engenharia até 10 de novembro
- Criar e apresentar 5 modelos para até 02 de dezembro
Perceba que o OKR acima possui 3 maneiras de medição, todas curtas. Isso porque o OKR é uma abordagem ágil, ou seja, utiliza ciclo de metas curtos e que são rapidamente adaptáveis a quaisquer mudanças.
2 – Seja ágil para comercialização
A velocidade de comercialização é um fator crítico para o sucesso. Se o seu processo de desenvolvimento de novos produtos levar 1 ano, mas o prazo de seu concorrente for 4 meses, é quase certo que você ficará para trás. Independentemente de quão bom for seu produto, o seu concorrente vai sempre chegar na frente.
Uma dica aqui é adotar o MVP Sprint. Trata-se de uma metodologia que considera o desenvolvimento do produto e como ele será testado no mercado. Sua principal finalidade é definir o MVP (Minimum Viable Product), ou, em português, Produto Mínimo Viável.
Observe que MVP não é o produto pronto, mas sim um protótipo. Portanto, deve ser um produto com funcionalidades simples, a fim de que possa ser entregue rapidamente. Além disso, deve agregar valor e gerar receita e possuir funcionalidades.
Para entender melhor sobre o conceito MVP, podemos quebrá-lo em três partes:
- Minimum: produto com funcionalidades mais simples, entregue no menor tempo possível;
- Viable: produto deve agregar valor e gerar receita;
- Product: funcionalidades encaixadas em uma entrega que se assemelhe a um produto coeso e útil.
O MVP Sprint compreende cinco etapas:
- Análise do funcionamento do mercado;
- Formulação de hipóteses;
- Definição de métricas e indicadores;
- Escolha das funcionalidades do MVP;
- Testes (fase crucial)
Portanto, MVP significa encontrar o equilíbrio na balança: um produto que agregue valor ao cliente, com o menor número de recursos no menor tempo possível.
3 – Considere o Design Sprint 2.0
Abordagem ágil tem a ver com priorizar itens de trabalho, além de realizar e entregar itens em períodos mais curtos de iterações altamente focadas. O Design Sprint trabalha com esta ideia, pois a metodologia oferece um atalho de aprendizado. Ela prega o fim de horas e horas de desenvolvimento gastas para lançar um produto para só depois entender se a ideia é boa ou não. O método tem tudo a ver com o Lean Startup porque parte da premissa que hipóteses devem ser testadas para acelerar o aprendizado.
4 – Por fim: não esqueça da comunicação
Faltas ou falhas de comunicação significam desperdício de tempo. Por isso é vital que todos os envolvidos se entendam e que estejam em sincronia. As metas e as expectativas do projeto devem estar bem alinhadas. Além disso, é fundamental ter clareza do que os stakeholders querem, para que não haja nenhum mal entendido que prejudique o resultado final.
*Por Marco Antonio Silva, co-fundador do Garage Criativa