Zaffari & Bourbon: tecnologias com mindset de inovação

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10:02 am - 19 de agosto de 2017

Empresas tradicionais, sobretudo com raízes familiares, costumam ser mais resistentes a mudanças. Quando se trata de tecnologias e inovações, as transformações fazem parte do processo. Foi este o cenário encontrado por Luiz Antonio Janssen, CIO da Zaffari & Bourbon, rede de supermercados e shopping centers.

De olho no mercado, o foco era levar inovações às operações da companhia. Mas antes era preciso dar um passo atrás e “preparar o terreno”. “O papel do CIO não pode ser mais aquela pessoa que cuida do dia a dia. Precisa obrigatoriamente liderar a inovação e ser o agente da mudança”, destaca Janssen, que participa do IT Forum+, encontro promovido pela IT Mídia nesta semana na Praia do Forte (BA).

O executivo conta que, como estratégia para fomentar inovações internamente, buscou uma aproximação com os acionistas e outras lideranças da companhia. Foram ações simples, como almoços e envio de informações ao board, mas, segundo ele, importantes momentos para falar sobre tecnologia. “Eles entenderam e viram a importância da tecnologia. Hoje, eu tenho reuniões semanais com acionistas e ganhei visibilidade”, comemora.

Como parte da iniciativa de aproximação com outros líderes, Janssen adotou algumas táticas essenciais para catequizar os executivos. Uma delas foi a introdução de cases de sucesso e números do setor, com uma parceria com uma das principais consultorias globais, o Gartner.

“Começamos a mostrar que o mundo não é somente Porto Alegre (cidade sede do grupo). Tiramos dúvidas e apresentamos casos globais. O presidente, que tem 67 anos de idade, hoje usa wearable, tablets e tem uma sala toda digital. Antes, ele não era heavy user de tecnologia. Foi um trabalho de quatro anos e não foi do dia para a noite”, lembra.

Grupo de inovação

Para “organizar” todas as ideias, Janssen liderou a criação de um grupo de inovação, com pessoas com perfil disruptivo de dentro da organização e novos contratados. “Focamos em alguns pontos nos quais acreditamos que podem gerar negócios”, conta.

O princípio do grupo é que a tecnologia traga diferenciais, mas sem perder a essência da rede: foco em um público de alto poder aquisitivo e levando sempre como diferencial serviços agregados. “O desafio é como colocar tecnologia sem perder serviço agregado. Isso é um paradigma grande, pois muitas vezes a tecnologia tira serviços.”

Inovação na prática: self checkout

self checkoutCom a nova mentalidade, Janssen detalha um projeto de destaque da companhia: a implementação de um serviço de self checkout para caixas de supermercado.

O executivo conta que o desafio foi além de simplesmente contratar uma tecnologia. “As soluções disponíveis no Brasil não estavam preparadas. E, para importar, não tínhamos autorização e também a questão de peças seria um empecilho no futuro”, explica.

Por isso, a empresa decidiu desenvolver uma solução própria. A principal parceira no projeto foi a também gaúcha Perto. O resultado: uma máquina de apenas 35 centímetros, segundo Janssen a menor do mundo. “Hoje, temos mil pessoas por dia usando o self checkout”, completa.

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