Williams Martini Racing prepara transformação digital

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11:44 am - 13 de novembro de 2015
Williams Martini Racing prepara transformação digital

A cada bandeirada indicando o final de uma etapa do campeonato de Fórmula 1, cada um dos carros da equipe Williams Martini Racing gera 2 gigabytes de informação. Dados esses que cada vez mais impactam e conduzem a estratégia da equipe, uma das mais tradicionais desse esporte. Toda essa informação é enviada por meio de 200 sensores – 120 deles instalados apenas no chassi do carro – que medem tudo o que você possa imaginar, desde aerodinâmica, até estabilidade, desgaste de pneus, entre outros. Alguma novidade? Provavelmente não. Mas o fato é que a escuderia vinha ficando para trás e até perdendo a vez no uso da TI, como reconhece a sub-chefe da equipe e filha do seu fundador Claire Williams.

As coisas começaram a mudar em 2014, quando a Williams contratou um novo CIO, Graeme Hackland, já conhecido no mundo da Fórmula 1 e responsável por grandes transformações na equipe Lotus. Além disso, a escuderia parece ter criado uma consciência interna de que, sim, esse esporte é altamente dependente de tecnologia e isso precisa ser levado a sério.

Parte dessa estratégia passou pela assinatura de um contrato de parceria de três anos com a Avanade para projetos que, certamente, já conduzem a equipe para o que Claire chama de uma estratégia de transformação digital. Jun Endo, presidente da Avanade no Brasil, afirmou que até o momento a consultoria identificou pelo menos 50 projetos, sendo que em torno de dez estão em andamento.

Desses, três já podem ser divulgados e parecem ter agradado internamente. Um trata a questão da colaboração, utilizando Office 365 entre os colaboradores , sobretudo, os que estão envolvidos diretamente nas provas, como engenheiros, mecânicos e os responsáveis por analisar os dados. Dentro da Williams, esse tema tem sido primordial, uma vez que eles não pensam em ampliar o número de funcionários e precisam garantir meios de aumentar a produtividade, o famoso fazer mais com menos, ainda que mensurar esse tipo de iniciativa seja bastante complexo.

Outra frente que a Avanade já começou a atuar é no engajamento de fãs. Houve uma reformulação completa do portal visando o rejuvenescimento da marca e também um aumento da audiência, que hoje está em dois milhões de page views mês, e vem em ritmo de crescimento. A ideia é mais à frente aumentar a interatividade com esses fãs.

Por fim, em analytics, o trabalho mais forte realizado, como comentou Endo, está no monitoramento dos pneus. Foram instalados sensores e toda informação coletada por eles durante a corrida é avaliada para definir o melhor momento de parar e trocar os pneus. “Os sensores medem o desgaste e quantas voltas serão possíveis com as condições apresentadas a cada momento”, comentou o executivo.

É interessante o reconhecimento feito por Claire de que a equipe vinha defasada em tecnologia em relação às concorrentes e todo o trabalho feito para promover uma virada interna, sobretudo em direção ao mundo digital. Mas não se engane, mesmo na Fórmula 1, onde o dinheiro parece não ter fim, o digital não chega para apenas deixar as coisas mais bonitas para o cliente. “Ele vem para reduzir custo e aumentar eficiência. Trabalhamos muito com call center, por exemplo, e digitalizar esse processo cada vez mais é demanda, pois reduz headcount e custo. Tem benefícios para os clientes, tem o aspecto estético, mas eficiência e custo são objetivos”, explica Endo.

E na F1 ou na Williams não é diferente. Quando questionada sobre os principais desafios para 2016, Claire é enfática em dizer que, além de vencer, ou de melhorar a posição dos pilotos e da equipe na disputa pelo campeonato, será preciso trabalhar duro para garantir os patrocínios que, por sua vez, garantem os budgets para todas as áreas.

Embora eles não abram os custos com projetos de TI ou entram no mérito de detalhar quanto de dinheiro envolve cada corrida, não é preciso ser muito bom de conta para saber que é preciso um bom caixa para manter tudo. A cada etapa, viajam para conduzir a estratégia da equipe entre 70 e 80 pessoas.
Além disso, eles carregam um data center móvel com dois servidores e com todas as appliances duplicadas. Os riscos são todos minimizados, porque qualquer problema em coleta e compartilhamento de dados entre circuito e a sede da escuderia no Reino Unido pode custar posições e sacrificar os prêmios que eles podem receber.

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