WhatsApp na atividade médica: vilão ou aliado?
Ferramenta pode ser facilitadora da comunicação entre médico e paciente, mas é preciso tomar cuidados
Na última década, as redes sociais mudaram completamente a maneira como nos conectamos, recebemos e enviamos informações ao mundo – uma tendência que também inclui profissionais da saúde. No entanto, para essas classes, o cuidado com as mídias sociais precisa ser redobrado. Afinal, o uso indevido pode ter consequências terríveis, que vão desde afetar a reputação até questões legais graves.
No caso do WhatsApp o assunto torna-se ainda mais polêmico. A interação fácil e rápida possibilitada pelo aplicativo de mensagens, popularizada pelos mais diversos segmentos e com diferentes propósitos, alcançou também o campo da consulta médica, colocando o próprio conceito de atendimento em jogo. Mas neste caso é importante alertar que o WhatsApp só pode ser utilizado para tornar o pós-atendimento mais ágil, seja enviando um exame, tirando dúvidas sobre consultas ou passando orientações simples sobre um tratamento definido no atendimento presencial ou em plataformas de telemedicina.
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Se utilizada corretamente, a ferramenta valoriza ainda mais o médico. Gera segurança para a tomada de decisão do paciente, principalmente aqueles que estão com doenças mais graves e querem ter o apoio do médico. Será a chave do sucesso um atendimento profissional que auxilie nas decisões de tratamento, não aquele que substitua as consultas de rotina.
Algumas dicas relevantes
A consulta deve sempre ser realizada no consultório ou por sistemas de telemedicina. Para o uso da ferramenta deve sobressair o bom senso. O WhatsApp é um facilitador de comunicação. Se não houver uma boa gestão, o aplicativo gerará estresse ao médico e frustração ao paciente.
A regra básica é manter o sigilo inviolável das informações de saúde, mantendo o caráter científico ou clínico da interação. Para não derrapar é importante deixar claro ao paciente que nem sempre as dúvidas poderão ser tiradas pelo aplicativo.
Informe também que a ferramenta não permite consultas, mas que colaborará com o trânsito de informações pós-consulta. É importante ser claro com o paciente quando o médico passar o número de WhatsApp: diga como e quando poderá respondê-lo, e também em que situações não poderá fazê-lo. Por fim, delegue a ferramenta para uma pessoa de confiança quando precisar se ausentar, para não deixar o paciente muito tempo sem resposta.
O médico deve utilizar a ferramenta para crescimento: se comunicar claramente com os pacientes e manter um posicionamento que agregue valor ao seu nome. Fazer uma comunicação positiva pode valorizar também toda a classe médica.
* Maeve Nóbrega é CEO e CMO da Marketing e Valor, empresa especializada em marketing para profissionais de saúde