WebMotors: lições de uma empresa 100% na nuvem

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10:32 am - 18 de novembro de 2014
WebMotors: lições de uma empresa 100% na nuvem

Nada mais coerente para uma empresa pontocom do que hospedar sua
infraestrutura também na internet. A decisão de migrar 100% para a nuvem foi
tomada em 2013 pela WebMotors, portal especializado no segmento automobilístico,
e concretizada em maio deste ano, após cinco meses de trabalho.

A migração para a nuvem da Amazon Web Services (AWS) de uma
companhia com 19 anos de legado, e que envolveu 1 terabytes (TB) de dados, foi definida com o objetivo de oferecer suporte às 20 milhões de visitas únicas e os 200 milhões
de pageviews mensais do site. O principal benefício, segundo Marco Lonzetti,
CIO do WebMotors, está no ganho de performance.

“O site está cerca de 45% mais rápido. Além disso, nosso
canal interno por meio do Facebook hoje praticamente não recebe mais
reclamações dos clientes, pois a estabilidade do site é muito grande”, avaliou
o executivo, em entrevista concedida durante o re:Invent, evento da AWS
realizado na última semana, em Las Vegas (EUA).

Hoje, toda a infraestrutura de TI da WebMotors roda em nuvem –
“Nem nosso CPD é local”, acrescentou. A companhia possui atualmente 80 servidores em
nuvem e deve trafegar por seu site 150 TB a 300 TB de dados até o fim deste ano.

O caso da WebMotors faz parte da lista
de clientes da AWS que migrou todas as operações para a nuvem
, como Netflix,
GPT, Nippon Express e Sungcorp Group.

Dos cinco meses dedicados ao projeto, metade do tempo foi consumido para
realizar o planejamento de todo o processo, contou o CIO. A segurança foi o norte, passando
inevitavelmente por uma mudança de mentalidade, uma vez que, como evidenciou Lonzetti,
ainda há um mito muito grande sobre a nuvem. E para desconstruir essa imagem,
ele destaca que os fatores decisivos foram a criação de um ambiente totalmente
contingenciado em duas zonas de disponibilidade da AWS, bem como a
possibilidade de rápida recuperação de desastres.

A política de segurança da WebMotors permanece com ênfase
nos controles de acesso e no uso de VPNs. Em continuidade, uma nova camada de
firewall foi criada para aumentar a proteção contra protege ataques e roubos de
dados.  

Além disso, a economia de recursos foi outro ganho
relevante, já que a nuvem permite uma abordagem de otimização de custo pelo
modelo “pay as you go”. “Aos poucos, implementamos a rotina de auto scale,
desligando servidores de tempo em tempo”, pontuou o CIO.

Ele também destacou o uso de serviços oferecidos no
marketplace da provedora de tecnologia que levou a uma significativa otimização,
permitindo que a TI focasse mais no negócio. Um exemplo é o recurso de
transmissão de dados Simple Queue Service (SQS), utilizado para publicação de
anúncios, substituindo buscas na página transacional.

Considerando que a WebMotors vive hoje o momento
pós-migração, Lonzetti enfatiza a necessidade de olhar sempre para a
aplicação com o viés de integração com a infraestrutura, para que seja possível
extrair o que a nuvem oferece de melhor em auto scale e otimização. Nesse
contexto, ele enxerga a importância da transformação do profissional que
administra o ambiente na nuvem.

“Só faz sentido  estar na nuvem como um todo se você
adaptar sua aplicação. O profissional que vai ajudar a manter esse ambiente
precisa ter boa noção de arquitetura de software, é diferente do perfil
tradicional do profissional de desenvolvimento que não fala a linguagem de
infraestrutura. Hoje, quando conversamos com os parceiros que cuidam da nossa
infraestrutura, entramos em nível de discussão sobre software. Não existe mais
aquele muro, está começando a se tornar uma coisa só”, comenta.  

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