Twitter introduz novos rótulos para contas de autoridades e mídias vinculadas ao governo

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11:30 am - 10 de agosto de 2020

O Twitter anunciou que está introduzindo novos rótulos para identificar autoridades do governo e mídia afiliada ao Estado. Contas e tweet desse grupo de pessoas terão um rótulo que identifique ao público que se trata da “voz oficial do Estado no exterior”.

“O Twitter oferece uma maneira incomparável de se conectar e falar diretamente com funcionários e representantes públicos. Essa linha direta de comunicação com líderes e autoridades ajudou a democratizar o discurso político e aumentar a transparência e a prestação de contas”, diz post no blog da empresa, postado nesta quinta-feira. “Também tomamos medidas para proteger esse discurso porque acreditamos que o alcance político deve ser conquistado e não comprado”.

No post, o Twitter explica que o foco estão em autoridades e entidades que são porta-vozes de um país no exterior. “Em geral, estamos focados naqueles dentro das respectivas administrações sob o chefe de Estado que oferecem sua perspectiva política no exterior”, como “contas institucionais associadas a seus escritórios, que mudam de acordo com os resultados das eleições”. Contas pessoais dos representantes de Estado não serão rotuladas.

A empresa disse que iniciará com um grupo limitado e definido de países antes de expandir. Serão rotulados: ministros das Relações Exteriores, entidades institucionais, embaixadores, porta-vozes oficiais e principais líderes diplomáticos.

Os rótulos serão aplicados apenas às contas dos países representados nos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU: China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos.

“Acreditamos que este é um passo importante para que, quando as pessoas vejam uma conta discutindo questões geopolíticas de outro país, tenham contexto sobre sua afiliação nacional e estejam melhor informadas sobre quem representam”, diz o comunicado.

Quanto à mídia, serão rotuladas aquelas vinculadas ao Estado ou que o governo exerce controle sobre o conteúdo editorial, seja “por meio de recursos financeiros, pressões políticas diretas ou indiretas e/ou controle sobre a produção e distribuição”. Entretanto, organizações de mídia financiadas pelo Estado com independência editorial, como a BBC, no Reino Unido, ou a NPR, nos Estados Unidos, por exemplo, não serão rotuladas, de acordo com o comunicado.

“Ao contrário da mídia independente, a mídia afiliada ao Estado costuma usar sua cobertura de notícias como um meio para avançar uma agenda política. Acreditamos que as pessoas têm o direito de saber quando uma conta de mídia é afiliada direta ou indiretamente a um ator estatal”.

O Twitter afirma que esses grupos foram organizados durante o processo com a consultoria de “vários grupos de especialistas, incluindo membros da Digital and Human Rights Advisory parte do Conselho de Segurança e Segurança do Twitter [Trust & Safety Council]”.

O Facebook lançou uma etiqueta semelhante em junho.

O comunicado também afirma que a rede social não promoverá mais as contas de mídia afiliadas ao Estado ou seus tweets como recomendação, inclusive na timeline da página inicial, nas notificações e na pesquisa.

As contas dos funcionários do governo não são afetadas por essa alteração. O Twitter já havia impedido esses grupos de comprar publicidade no ano passado, após a agência de notícias estatal da China comprar tweets promovidos para retratar como violentos os protestos pró-democracia em Hong Kong, de acordo com o site TechCrunch.

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