Tudo o que é simples atrai e funciona, acredita CEO da Capgemini Brasil

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11:03 am - 15 de julho de 2015
A transformação digital não é algo simples ou que possui uma fórmula pronta. Ela ainda está em curso e demanda da TI agilidade, flexibilidade, simplicidade – esse último um dos pontos fundamentais para o sucesso, na opinião do CEO da Capgemini Brasil, Paulo Marcelo. 

Para ele, “tudo o que é simples atrai e funciona”. E atrai principalmente o cliente que, nesse novo contexto, deve ser colocado no centro dos negócios

As companhias, portanto, devem investir não apenas em novas tecnologias mas, principalmente, em capital humano. “A tecnologia inovadora garantirá simplificação, facilidade de utilização e, portanto, flexibilidade e agilidade por parte dos clientes”, afirma o executivo.

Confira a conversa que tivemos com o CEO sobre transformação digital e como a Capgemini está ajudando as empresas nessa empreitada – especialmente o setor financeiro que corresponde a 50% dos clientes da integradora e também é o que tende a ser um dos mais contrários a abandonar processos tradicionais.

IT Fórum 365 – Qual a visão da Capgemini sobre essa nova era da transformação digital? Qual o movimento que você vê que está acontecendo, especialmente no mercado financeiro?
Paulo Marcelo – A sociedade é digital. As empresas e os bancos ainda não. A transformação digital é uma jornada que ainda está em andamento e os investimentos são massivos nesse sentido. Essa transformação depende de uma visão estratégica orientada ao cliente, centrada nele e com base na experiência dele. Requer execução e velocidade adequadas para ter um jogo ganho. A Capgemini acredita que transformação digital é o caminho para o sucesso dos negócios, feito por meio de pessoas e tecnologias inovadoras, que garantirão simplificação, facilidade de utilização e, portanto, flexibilidade e agilidade por parte dos clientes. Para isso, disponibilizamos um portfólio de ofertas de mobilidade, segurança, analytics e gestão de informação.

Além disso, deve-se ter um modelo eficiente operacionalmente, que garanta produtividade pelas empresas. Nos bancos isso é fácil, porque à medida que você começa a usar canais digitais você reduz custos, então é um ganha-ganha, mas é preciso rever os processos que foram desenhados baseados no modelo não digital, no qual você ainda empurra o cliente para canais que não são digitais. O ATM, por exemplo, é um canal conectado, mas não digitalizado. Deve-se investir no capital humano e, por fim, faz-se necessária uma liderança que saiba executar estratégias e que inspire, para que pessoas queiram segui-la.

ITF365 – O que a Capgemini está fazendo para ajudar empresas nessa transformação digital?
Marcelo  Participamos de projetos que compõe a visão de mercado. No setor financeiro, por exemplo, temos conhecimento de core banking, de canais, conhecimento de produtos bancários e isso associado à tecnologia. Em bancos, a tecnologia é o core, mas é importante frisar que o que conduz o digital banking não deve ser a tecnologia, mas sim a experiência do cliente. Nosso enfoque, então, é a visão do cliente, de fora para dentro, para redesenhar processos e implantar tecnologias para garantir inovação e, portanto, facilidade de uso e fidelização de clientes, além da eficiência operacional – as duas alavancas que trabalhamos. 

ITF365 – Vemos hoje novas possibilidades. O NuBank, por exemplo, é um novo tipo de banco que surgiu com a proposta de acabar com as taxas cobradas ao cliente, por conta da falta de infraestrutura física da instituição. Você acredita que esse tipo de modelo vai deslanchar e que os bancos, alguma hora, vão deixar de serem físicos?
Marcelo – Acredito que sim, mas isso não é um movimento radical. Vou fazer uma comparação com a indústria do varejo. Quando surgiu no mercado players como a Amazon, comercializando e-books, todos diziam que, a partir daquele momento, as pessoas só iriam ler livros eletrônicos ou comprar livros comuns apenas por meios eletrônicos. Quando surgiram os e-commerces foi a mesma coisa. Muitos disseram que o varejo tradicional iria acabar. Mas nada disso aconteceu. E não faz sentido que aconteça. Não há porque as instituições financeiras como as conhecemos hoje sumam. 

Os players que nasceram digitais, que não possuem agência, por exemplo, têm a vantagem de não ter a estrutura, mas têm a desvantagem de ainda não inspirarem confiança e dar a impressão de futuro incerto. A tendência é que, dentro do seu limite, as agências mudem o seu papel, reduzam de tamanho ou até mesmo não existam de fato. Atualmente, elas estão se reinventando. Acredito que o cenário de troca mudou. Hoje em dia você não ouve mais falar de correntista, de bancarização. O que se tem agora é o cliente, que não precisa necessariamente ser correntista do seu banco. Então as empresas brasileiras estão nesse caminho de repensarem o seu papel e de pensar no cliente de uma forma mais holística.

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