Trabalhadores de linha de frente veem TICs como positivas após pandemia

Pesquisa da Microsoft revela que estresse nunca foi tão grande quanto agora entre colaboradores, incluindo saúde, indústria e cadeia de suprimentos

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11:00 am - 12 de janeiro de 2022

O foco nunca esteve tanto nos trabalhadores de linha de frente como nos últimos dois anos, devido à pandemia. Representando aproximadamente 80% da força de trabalho global – são aproximadamente dois bilhões de profissionais em todo o mundo – esses colaboradores foram essenciais da área de saúde à hospitalidade, do chão de fábrica às vendas de varejo e, mesmo assim, sofreram com escassez de mão de obra, problemas na cadeia de suprimento, entre outros.

Ao menos essas são conclusões do Relatório Especial do Índice de Tendências de Trabalho, “Technology Can Help Unlock a New Future for Frontline Workers”, feito pela Microsoft. De acordo com o levantamento, esses trabalhadores veem uma lacuna de cultura e comunicação. Para 56% dos não gerentes na linha de frente (e para 68% dos gerentes), a liderança não prioriza a construção da cultura no local de trabalho. Mais da metade dos não gerentes (58%) e 69% dos gerentes dizem que a comunicação não está chegando à linha de frente.

“Apesar deste resultado, alinhar os negócios com os colaboradores não os deixa apenas mais felizes, como melhora o negócio. Principalmente neste momento, já que provavelmente nunca antes os colaboradores e as empresas tiveram sob tanto estresse”, revela Jared Spataro, vice-presidente corporativo da área Modern Work da Microsoft.

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Mais da metade dos funcionários (60%) afirmaram que gostariam que a empresa estivesse fazendo algo para ajudar com a exaustão física e 57% para apoiar a saúde mental. Os trabalhadores de linha de frente também estão sentindo a pressão dos desafios externos. A maioria dos trabalhadores pesquisados ​​sente que mais poderia ser feito para ajudar nos problemas da cadeia de suprimentos (52%) e diz que a escassez de mão de obra está tornando seus empregos especialmente difíceis (51%).

Tão importante quanto – entrando no terceiro ano de pandemia – 58% dos entrevistados acreditam que o estresse no trabalho permanecerá o mesmo ou piorará no próximo ano. No recorte brasileiro, a porcentagem foi de 46%, um dos menores índices, atrás somente da Índia (41%) e México (39).

Além dos desafios econômicos, os trabalhadores da linha de frente em todo o mundo citam a carga de trabalho (45%), baixos salários (44%), longas jornadas de trabalho (41%), gerenciamento das necessidades dos clientes (35%) e protocolos COVID-19 (33%) como as cinco principais razões para o estresse relacionado ao trabalho.

Apesar dos números negativos, “essa é uma oportunidade para analisar e entender se a empresa está oferecendo uma cultura organizacional que seja positiva aos colaboradores”, comenta Jared.

Tecnologia é esperança

Durante anos, muitos trabalhadores da linha de frente se preocuparam com o fato de a tecnologia – especialmente automação e IA – tornar seus empregos obsoletos. Mas essa preocupação está mudando: 63% dos trabalhadores da linha de frente estão entusiasmados com as oportunidades de trabalho que a tecnologia cria. Os aspectos do trabalho com os quais eles acreditam que pode ajudar “muito” incluem agendamento de equipe, integração de novos colegas de equipe, automatização de tarefas repetitivas, fornecimento de atualizações de tarefas em tempo real e gerenciamento de compromissos. No Brasil, os processos que os colaboradores mais esperam que sejam ajudados pela tecnologia são: automação de tarefas repetitivas (49%), fornecimento de atualizações de tarefas em tempo real (49%), comunicação externa (48%) e agendamento de equipe (48%).

A tecnologia também está no topo da lista de fatores que podem ajudar a reduzir o estresse relacionado ao trabalho, logo atrás de melhores salários e férias. E 46% dos entrevistados dizem que valorizam as ferramentas tecnológicas em detrimento do suporte à saúde mental e dos benefícios de bem-estar.

“A pandemia colocou uma pressão incrível nos trabalhadores da linha de frente”, comenta Jared. “Mas em toda a nossa pesquisa, estamos obtendo uma clara sinalizar sobre a oportunidade de alinhar os resultados do negócio com o bem-estar e o crescimento dos funcionários. E é encorajador ver que a tecnologia pode ajudar.”

Para entender essa importância, ter melhor tecnologia está no terceiro lugar em uma lista de coisas que os funcionários da linha de frente dizem que podem reduzir o estresse, logo atrás de melhores salários e férias.

Por outro lado, um terço de todos os trabalhadores da linha de frente dizem que não têm as ferramentas tecnológicas certas para fazer seu trabalho com eficiência; esse número sobe para 41% para aqueles em cargos não administrativos.

“Os trabalhadores da linha de frente são a cara do seu negócio”, diz Kristina Behr, vice-presidente de gerenciamento de produtos da Microsoft para trabalhadores da linha de frente e indústria. “Garantir que eles estejam capacitados e equipados com as ferramentas ideais é de vital importância para o sucesso. Se é frustrante para você usar as ferramentas, todo o seu trabalho é frustrante.”

Para muitos, ficar para trás se tornou uma grande preocupação. Quase metade (46%) dos trabalhadores da linha de frente se preocupa com a possibilidade de perder seus empregos se não se adaptarem às novas tecnologias. Os colaboradores mais velhos – com 41 anos ou mais – lutam para se adaptar às novas tecnologias. Mas os trabalhadores mais jovens (40 anos ou menos) também se sentem frustrados com as ferramentas inadequadas.

Mesmo entre os trabalhadores que recebem as ferramentas digitais mais recentes, muitos deles não foram treinados adequadamente para usá-las: 55% tiveram que se adaptar ao uso de ferramentas digitais em tempo real. Os investimentos na educação dos trabalhadores para fazer o melhor uso da tecnologia são, em última análise, tão importantes quanto os investimentos na própria tecnologia.

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