TI orquestra projeto de engenharia digital na Embraco

Empresa cria plataforma para integrar cadeia de processos de engenharia, e otimiza operações e integrações entre diversas áreas de negócios

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9:25 pm - 17 de outubro de 2018

“Existe uma expectativa de que a área de TI seja orquestradora e integradora de todos os sistemas que da companhia”. A afirmação é de Marcos Casado Castano, diretor de TI da Embraco, que liderou a equipe de tecnologia da informação no projeto de engenharia digital na companhia, que rendeu à empresa o primeiro lugar do prêmio As 100+ Inovadoras no Uso de TI, da IT Mídia, na categoria Siderurgia, metalurgia e mineração.

O executivo explica que a Embraco desenvolveu uma plataforma que integra toda a cadeia de processos de engenharia para que não haja ineficiência nas interações entre diferentes áreas, facilitando a colaboração de todas as áreas em seus processos. O projeto, chamado “Engenharia Digital”, começou com uma demanda de digitalização da área de Pesquisa & Desenvolvimento e cresceu, ligando sistemas como o ERP da empresa.

“Nas empresas, essas conexões sempre são cinzentas, mapeadas por área. Qual o processo de procurement, por exemplo? A companhia perde o fim a fim. Identificamos (o cenário) e tínhamos a demanda de negócios de que fossemos mais eficientes”, afirmou Castano.

O projeto, segundo ele, é parte da jornada de implementação da engenharia digital na Embraco, cujo objetivo é integrar os processos de desenvolvimento dos setores de Produto, Gestão Financeira de Projetos, projetos de Marketing, Qualidade, Processos de Manufatura e Fornecedores. Os dados e as informações relativos a esses processos foram integrados ao ERP, à ferramenta de gestão de materiais (BRO), bem como às informações financeiras, geridas em sistema próprio.

A plataforma inclui recursos como processo de desenvolvimento de produto, controle do cadastro de materiais, processos de manufatura e fornecedores entre o PLM (gestão do ciclo de vida do produto), ERP, BRO (cadastro geral) e C4C (gestão de Clientes), que passaram a ser completamente digitais e automatizados desde a sua concepção, aprovação, alterações, decisões sobre novos componentes e listas técnicas.

Com a implementação do projeto, a Embraco eliminou barreiras para garantir o máximo desempenho dos sistemas envolvidos: PLM (Windchill – solução PTC), ERP (SAP Hana), BRO, C4C e ICS, eliminando necessidades de ineficiências em dupla inserção de dados, consolidando informação de projetos de clientes e respectivas rentabilidades, com maior agilidade e eficácia nas decisões de negócio.

Global

Castano explico que a Embraco desenvolve produtos para refrigeração caracterizados com alta complexidade tecnológica e inovadores por meio de quatro centros de pesquisas: Brasil, China Eslováquia e México. “Essa ineficiência ocorria em todos os centros de pesquisa, nas áreas de Engenharia de Produto, Engenharia de Processo, Compras, Qualidade, Marketing, Finanças e Logística. A integração permite que eles trabalhem ordenados”, contou.

As ineficiências, explica o executivo, aconteciam sobretudo nas interações e decisões sobre os projetos em desenvolvimento, desde a concepção até a liberação para produção, gerando retrabalhos e desperdícios, além de atrasos.

Benefícios

Castanho apontou a maior efetividade na disponibilização de materiais por suprimentos como um dos principais benefícios do projeto. Nesse caso, devido à antecipação da informação ao setor de compras sobre mudanças no produto, além de maior janela de tempo para negociação com fornecedores.

Ainda, a empresa passou a ter aumento da produtividade devido à eficácia na disponibilização dos materiais da versão correta do roteiro e lista técnica (OEE – Overall equipment effectiveness), bem como otimização do tempo da equipe de engenharia com foco direcionado para a atividade fim.

O executivo citou também a diminuição da necessidade de retrabalho e descarte por alterações na engenharia do produto após liberação, além da governança melhorada com KPIs mais efetivos para agilidade na execução das requisições de mudança.

A empresa estima que, com processos padronizados, disponibilização da informação de forma centralizada para áreas impactadas, é possível calcular redução de 81% no tempo (lead-time) para cadastro; avanço de 31% para 88% no atendimento do SLA; automação de 77% do processo de cadastro; e redução de custos logísticos e de inventário, reduzindo a necessidade de inventário de uma válvula em 50%, por exemplo.

“O mais gratificante é ter a TI como líder de um projeto como esse. Ela que puxa e fomenta e é vista como referência dessa transformação. Mais do que um suporte, fomenta essa visão mais digital. Não queria cair no clichê da TI vista como transformação digital, mas é um pouco isso. Somos vistos como referência do futuro digital da companhia”, ressaltou.

Próximos passo

Com uma base tecnológica consolidada, Castano define automação como próximo passo do projeto. Segundo ele, ainda há muita customização manual do processo e, por isso, o foco é incluir técnicas de machine learning para levar mais inteligência à ferramenta.

“Estamos medindo (as possibilidades), mas ainda não está maduro para isso (automação). Melhoramos fluxos e integramos e o próximo passo é saber como trabalhar com inteligência para melhorar os processos. Tiramos gargalo de operações e o próximo passo é automatizar processos intrínsecos. O céu é o limite daqui para frente”, concluiu.

Finalistas da categoria Siderurgia, metalurgia e mineração

1º Embraco – Marcos Casado Castano, diretor de TI
2º Termomecanica – Walter Sanches, CIO
3º Teksid – Wellington Eustaquio, CIO

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