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Testamos o Mate X: smartphone dobrável da Huawei pode te convencer

Voltando no Mobile World Congress (MWC) 2019, a Huawei apresentou o Mate X, seu primeiro smartphone dobrável. Ele será lançado amanhã (15) na China pelo preço de 16.999 yuan, ou cerca de US$ 2,4 mil. Ou cerca de R$ 10 mil em conversão direta, sem impostos.

O smartphone faz parte de um grupinho bastante seleto de marcas muito conhecidas que anunciaram dispositivos com tela flexível. Além dele, temos o Samsung Galaxy Fold, que apresentou uma série de problemas mas já está sendo comercializado em alguns países. O seu preço estipulado é de cerca de US$ 1,980.

Já nesta quinta-feira, foi a vez da Motorola anunciar um smartphone do tipo. O Motorola Razr, com características que lembram o icônico V3, foi anunciado por US$ 1,4 mil mas será lançado no Brasil em janeiro de 2020.

Mas, ok. Eu tive a oportunidade de passar um pouco mais de uma hora com um Huawei Mate X em mãos. A primeira impressão física é um tanto desconfortável, já que a tecnologia é bem recente e não tão acessível. E, bem, este foi o primeiro smartphone dobrável que pude tocar, até então.

O aparelho, em si, traz o chip mais potente, atualmente, da Huawei: o Kirin 980. Ele vem com 8 GB de RAM e 512 GB de armazenamento. A bateria tem 4,500 mAh com carregamento rápido de 55W (entrega 85% em 30 minutos, segundo a Huawei).

Mas, claro, o que mais chama atenção é a sua tela. São 8 polegadas quando ele está aberto; 6.6″ quando está no modo “smartphone que a gente já conhece”; e 6.38″ na tela secundária, que naturalmente fica na parte de trás.

Já as câmeras são de 40 MP, 16 MP e 8 MP. Ele também tem um sensor Time of Flight (ToF) que mede a distância entre o usuário e o aparelho.

Por causa desse esquema de tela, existem alguns recursos de fotografia que podem ser explorados. Como, por exemplo, você pode tirar fotos dos seus amigos enquanto eles se veem na tela secundária.

Smartphones dobráveis: convencem ou não?

Sempre que uma nova tecnologia para smartphones chega, o preço do produto final, normalmente, é elevado. Não seria diferente com os dobráveis. O Mate X traz o que a Huawei tem de mais recente em tecnologia, e naturalmente isto “não é para todos”.

E quando eu falo “não é para todos”, não estou querendo colocar um clichê no meio deste texto. São US$ 2,4 mil, que em conversão chega ao preço de um carro ou moto no Brasil. Então, não, os dobráveis definitivamente não são para todos.

Mas, para quem tem tanto grana quanto gosto por usar novas tecnologias, a experiência é muito legal.

O foco, em um primeiro contato, fica muito próximo de algo voltado para a produtividade. A Huawei fez algumas adaptações na EMUI (interface proprietária) para que o aparelho faça a troca de modos rapidamente.

Se você está jogando com ele fechado e depois abre, a tela estica com uma animação bacana. O mesmo acontece com outros aplicativos, como o Google Maps, Chrome, YouTube.

 

A função multijanela também é considerável. Se você abre dois aplicativos, como num smartphone Android convencional, é como se você tivesse dois smartphones em um.

Infelizmente, não pude testar muitos aplicativos, já que o tempo foi curto. Porém, com os que pude testar, senti que ainda há um belo trabalho pela frente por parte dos desenvolvedores.

A sensação que ficou é que, realmente, muita coisa vai melhorar para explorar todo o potencial de um smartphone dobrável. E não entenda errado: eles estão adaptados para rodar numa tela do tipo. O próprio Google, com o Android 10, tem adaptado seu sistema operacional para a nova geração.

Tudo o que pude reproduzir, neste momento, funcionou muito bem, mas sinto que nos próximos anos, com a popularização, aplicativos ganharão utilidade extra com smartphones assim.

O novo top de linha

A grande sacada é que smartphones high-end/tops de linha/premium/caros precisavam de um impulso. Os modelos intermediários, ou intermediários premium, já se aproximaram demais seguindo um modelo mais convencional. As telas dobráveis, que vêm sendo comentadas, testadas e exploradas há algum tempo, se tornaram esse adicional.

A ordem natural era: smartphones de entrada > intermediários > premium. Depois, cada um dos segmentos foi dividido em média em três: desde o “mais básico de entrada”, até o “intermediário super premium”. Acontece que o último dos segmentos começou a se perder, tendo em vista tanto os preços quanto as tecnologias que chegam a aparelhos de faixas aproximadas.

Os displays dobráveis são, então, a jogada ideal para mostrar que os smartphones top de linha continuam a todo vapor. Ou, neste caso, são o gás necessário para que essa faixa seja, de fato, completamente diferenciada de todas as outras.

Eu “quase fui convencido” mas não porquê me sobraram dúvidas sobre a qualidade do produto, ou sobre inovação. Mas, sim, pela falta de grana disponível para gastar em um smartphone de nova geração.

Tecnologia ele tem de sobra. A Huawei, que também fornece infraestrutura de 5G, traz o modem Barong 5000, que fornece conectividade ultrarrápida, por exemplo. E este é mais um recurso que a nova geração deverá explorar com força.

Então, se você está pensando em entrar de cabeça na onda de smartphones dobráveis, tenha em mente que a experiência poderá ser bem diferente do que estamos acostumados. E isso, nem de longe, significa que ela será negativa.

Ah, também pode ser legal dar uma lida no texto da Joyce Macedo na PCWorld Brasil. Ela me acompanhou na sessão de testes do Mate X na tarde de hoje (14), então fica a dica para quem quer uma segunda opinião.

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