Retenção de talentos, segurança cibernética e tecnologias disruptivas estão entre os temas que mais preocupam as executivas líderes brasileiras, revelou o levantamento global “Visão geral das líderes globais femininas 2022”, realizado pela KPMG. Entre os países consultados da América do Sul estão o Brasil, Chile, Uruguai e Argentina. No Brasil, cerca de 50 executivas foram ouvidas.
Para responder a esses desafios e os riscos associados a eles, as executivas apostam em estratégias como agregar valor ao que é ofertado aos profissionais, atrair e reter pessoas (34%); expandir a digitalização para todas as áreas operacionais (23%) e aprimorar a resiliência em segurança cibernética (16%).
O ESG também está na agenda das líderes entrevistadas. Elas enxergam, no entanto, que o tema carece em conformidade. Isso porque, para 30% das entrevistadas, os relatórios de desempenho referentes a aspectos de meio ambiente, social e governança — que compõem o ESG — ainda não têm o mesmo rigor dado às divulgações das demonstrações financeiras.
“Essas executivas sabem que a atualização sobre as novas tecnologias é essencial para enfrentar desafios e ajustar-se às imposições do mundo corporativo, e estão cientes de que as pautas ESG permanecerão relevantes para as discussões públicas. Também reconhecem que as empresas precisam construir estratégias e operações ao torno de eixos centrais. São aspectos que aprofundam a guerra por talentos. Atrair e reter as pessoas certas não é tarefa fácil, seja qual for a região do mundo”, afirma a sócia líder do Comitê de Inclusão, Diversidade e Equidade da KPMG no Brasil e na América do Sul, Patricia Molino.
A pesquisa também buscou ouvir das entrevistadas se elas vivenciaram experiências de discriminação em suas carreiras. Das executivas líderes brasileiras, 86% delas afirmaram que já tiveram que lidar com alguma forma de discriminação e estereotipagem na carreira. Esses fatos ocorrem, principalmente, no comportamento geral (32%), na comunicação (24%) ou, sobretudo, com demonstrações de favoritismos (24%).
O estudo apontou que as executivas sul-americanas têm desafios em comum com as brasileiras já que enfrentam situações semelhantes para lidar com o preconceito no ambiente corporativo, para superar os estereótipos e para se ajustar a um mundo impactado por crises.
Quase 75% das sul-americanas já se depararam com situações de intolerância e estereotipagem, principalmente, nos âmbitos do comportamento geral (31%) e do tratamento diferenciado feito de maneira imprópria (24%). Para 51% delas, o impacto negativo da pandemia sobre os locais de trabalho atrapalhou as conquistas previstas e, para 37%, a pandemia pode ter exercido um efeito benéfico sobre a trajetória profissional.
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