Sustentabilidade é prioridade máxima para 48% dos CEOs brasileiros

Estudo da IBM revela que ROI incerto e benefícios econômicos são maiores entraves para empresas

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11:58 am - 25 de maio de 2022
Marco Kalil, head de IBM Consulting do Brasil Marco Kalil, head de IBM Consulting do Brasil

Quase metade (48%) dos CEOs brasileiros apontam a sustentabilidade como uma prioridade máxima para suas empresas, um crescimento de 65% desde 2021, de acordo com o estudo “Lidere o seu impacto: caminhos práticos para conquistar a sustentabilidade transformacional”, da IBM. Apesar disso, 50% dos respondentes da América Latina também mencionam que a sustentabilidade está entre seus maiores desafios a serem enfrentados nos próximos dois a três anos.

Quase 57% dos entrevistados no Brasil listam o ROI incerto e os benefícios econômicos como um desafio crucial para alcançar os objetivos de sustentabilidade, seguidos por falta de insights de dados (41%) e complexidade do ecossistema (34%).

De acordo com Marco Kalil, head de IBM Consulting do Brasil, no quesito de complexidade existe essa preocupação porque falar de sustentabilidade e se limitar às barreiras da empresa, provavelmente não terá o resultado completo. É necessária uma conexão com o ecossistema.

“Se você fala com empresas de maior porte, que já tem uma área de sustentabilidade, a relação de redução de custos e sustentabilidade está mais clara porque está muito mais próximo da estratégia da empresa. Mas faltam outras empresas entenderem a sustentabilidade é como ganho de mercado. Eles ainda estão presos na parte de regulatório e que isso vai ‘pesar no bolso’. Talvez não seja a forma correta de enxergar a sustentabilidade, mas ‘o que posso colocar na minha cadeia de produto/serviço para que eu tenha maior competitividade ou para que me retorne negócios mais importantes mais para frente’”, comenta o especialista.

Além disso, 30% dos CEOs entrevistados no Brasil identificam barreiras tecnológicas para implementar sustentabilidade nas suas empresas e 43% disseram contar com as pessoas e habilidades certas para executar sua estratégia de sustentabilidade.

Para Marco, a tecnologia é bastante ampla nesse sentido. “Algumas são disruptivas, como o blockchain, onde você pode controlar sua cadeia de produção e consegue ter uma garantia de todo o ciclo produtivo. Você tem tecnologias que te permitem reduzir o risco que você tem para danos do meio ambiente”, diz.

Quase 61% dos CEOs entrevistados na América Latina dizem estar diretamente envolvidos na definição da estratégia de sustentabilidade de sua empresa e 84% dos CEOs da América Latina esperam que os investimentos em sustentabilidade produzam melhores resultados de negócios nos próximos cinco anos.

Um divisor de águas, nesse sentido, são as metas. “Eu acho que é importante ter métricas. Porque se você não tiver métricas, as coisas não andam. Você precisa definir um caminho e segui-lo, mesmo que seja para corrigir esse caminho. Meta de descarbonização é uma delas, mas ao falar de ESG como um todo, tem ainda outras. Quando você fala da governança, você tem que ter toda a empresa em volta de metas não só sustentável, mas também de pessoas”, exemplifica o executivo.

Por fim, 73% dos entrevistados no Brasil estão confiantes de que alcançarão suas metas de sustentabilidade, e apenas 20% dos CEOs do país acreditam que não seria possível alcançar as metas anunciadas pelo governo para o seu setor. Por outro lado, 68% dos CEOs do Brasil relatam implementar alguns aspectos ou funções de sua estratégia de sustentabilidade. No entanto, apenas 24% dizem implementar suas estratégias de sustentabilidade em toda a empresa.

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