Startups inspiram processo de reinvenção da Oracle

Fundada em junho de 1977, a Oracle completou recentemente 40 anos de atividades e pode olhar para trás e se orgulhar de tudo que conquistou nas últimas décadas. A companha detém hoje o posto de uma das gigantes da tecnologia, com nada menos que 430 mil clientes e receitas de US$ 37,9 bilhões. Mas o mercado mudou e, para se adaptar à nova realidade, a empresa projeta novos rumos para os próximos anos.

A companhia está entrando a fundo no mundo da computação em nuvem, o que permitirá mudar sua própria imagem perante ao mercado. O foco é deixar de lado a fama de empresa tradicional para entrar de fato na era dos millennials – uma verdadeira reinvenção “Estamos planejando os próximos 40 anos, com uma nova marca, nova aproximação para sermos top of mind”, comenta Fernando Lemos, VP de Tecnologia da companhia para América Latina, em conversa com jornalistas durante o Oracle OpenWorld, conferência anual da companhia realizada nesta semana em San Francisco (EUA).

Grande parte dessa estratégia de se adaptar à chamada nova economia é a aproximação com startups. Por isso, a empresa criou o Startup Cloud Accelerator, iniciativa que visa incentivar o empreendedorismo por meio da utilização das plataformas de cloud da empresa.

O programa, na verdade, foi lançado em 2016 como piloto na Índia. Com a experiência positiva, que contou com centenas de startups candidatas, a companhia decidiu expandir a nível global, com sete cidades escolhidas, entre elas São Paulo (SP), avaliada pela Oracle como um dos principais polos de empreendedorismo e inovação do mundo. As outras cidades são Bristol (Reino Unido), Deli e Mumbai (Índia), Paris (França), Cingapura e Tel Aviv (Israel).

O líder da iniciativa é Reggie Bradford, VP de Startup Ecosystem & Accelerator, que já participou da fundação de três startups em sua carreira – a última delas a Vitrue – comprada pela Oracle em 2012. O executivo busca utilizar sua experiência “do outro lado” para agregar valor ao novo projeto da empresa.

Fernando Lemos, Reggie Bradford e Antonio Soares, CEO do Runrun.it

“Quando eu estava na minha startup, há dez anos, e fomos para a camada de infraestrutura, tínhamos opção de Amazon, Microsoft e outras. A Oracle era vista mais como enterprise e pensávamos que era mais cara. Não pensávamos na Oracle como opção”, lembra Bradford.

O grande ponto, segundo ele, é que, com a nuvem, agora é possível entregar as mesmas capacidades para grandes clientes, principal fatia de mercado da Oracle, também para pequenas e médias empresas. “A Oracle precisa estar no mesmo barco, nesse novo mercado.”

Nesse sentido, Lemos comenta que, com a estratégia da Oracle 100% em cloud, a empresa passa a ser aberta e busca trabalhar com os mais diversos players. “A nuvem traz democracia. Claro que rodando Oracle em Oracle é melhor, mas essa democracia significa rodar qualquer tipo de aplicação”, diz.

Coworking

O crescimento de startups traz consigo o avanço do conceito de coworking, ou seja, compartilhamento de espaços de trabalho. E, diante do objetivo de buscar métodos inovadores, a Oracle também está de olho nessa nova forma de organização estrutural.

O Startup Cloud Acelerator contou com 500 inscrições e seis delas foram escolhidas para serem aceleradas. Desde julho as companhias estão no C.O.W Working, espaço de coworking em São Paulo – duas das empresas brasileiras selecionadas foram convidadas para participar do OpenWorldo: Runrun.it, plataforma gerenciadora de tarefas e projetos para empresas, e Netshow.me, canal de transmissão ao vivo para empresas. As outras vencedoras no País são: In Loco Media, Intelipost, Nexus Edge e NMind. O demo day do programa está agendado pra janeiro, quando as empresas apresentarão seus pitches.

“Temos um prédio 100% Oracle em São Paulo, mas não cabe mais. Ao invés de criarmos nosso próprio coworking, estamos participando de outros. Estamos pensando cada vez mais em sairmos dos nossos escritórios tradicionais e irmos para esse formato, onde podemos colaborar, criar e ter um espaço mais moderno de trabalho”, comenta Lemos.

Rumo ao Tecnopuc

A adesão ao coworking vai além das startups. A operação da Oracle em Porto Alegre (RS), que conta com cerca de 70 colaboradores, será migrada para o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), um dos mais relevantes da Região Sul do País,. Segundo Lemos, o processo está em fase de aprovação e a ideia é fechar o escritório para iniciar as atividades na casa nova no início do próximo ano. “A tendência realmente são os espaços de coworking, onde conseguimos pensar coisas novas”, completa.

*O jornalista viajou a San Francisco (EUA) a convite da Oracle

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