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Startups do setor de energia já movimentaram US$ 66,4 milhões este ano

O Brasil soma hoje 157 startups do setor de energia que, direta ou indiretamente, buscam solucionar o problema da crise energética e tornar o setor mais eficiente a partir de soluções inovadoras. Desde o início do ano, as “energytechs” receberam US$ 66,4 milhões em 11 rodadas de investimentos. O valor representa cerca de 78% do acumulado histórico de US$ 85 milhões contabilizado desde 2015, quando teve início o levantamento Distrito Mining Report EnergyTech 2021.

De acordo com o reporte, realizado pelo Distrito Dataminer, braço de inteligência de mercado da plataforma de inovação aberta Distrito, há cinco startups do setor em destaque, considerando elementos como número de funcionários, visibilidade nas redes sociais, investimento captado e faturamento presumi. São elas: Way2 Technology, Órigo Energia, Insole, Blue Sol e Solfácil.

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“O número crescente de startups e investimentos no setor muito provavelmente se deve à crescente gama de problemas encontrados para a instauração de uma nova matriz energética”, analisa Gustavo Araujo, CEO e cofundador do Distrito.

Energia renovável

O mapeamento revela que a maioria (36,3%) das “energytechs” é formada por startups focadas em energia renovável (36,3%), ou seja, aquelas que investem, produzem ou distribuem energia limpa a partir de fontes alternativas.

Elas também são as que mais atraem investimentos: são mais de US$ 62 milhões captados pelas startups que geram energias renováveis desde 2015.

Esse grupo reúne duas das startups mais investidas do setor: a Solfácil, que acumula mais de US$ 36,6 milhões captados e a Órigo Energia, que em abril deste ano recebeu um aporte de US$ 19,3 milhões. Enquanto a primeira define-se como uma fintech que financia projetos de energia solar, a última oferece soluções de energia solar.

“O Brasil é referência na produção de energia renovável, mas há ainda um gigantesco potencial ainda não explorado. Falamos aqui de um mercado com pouca competição, o que pode alavancar muitas dessas startups a protagonistas de uma transição energética efetiva”, completa.

Outras categorias

Em seguida, figuram as startups de gestão energética, representando 19,7%, focadas em soluções de gestão inteligente do consumo. Com 23 startups cada, aparecem eficiência energética (14,6%), direcionada àquelas que possuem ferramentas de otimização do aproveitamento de energia e diminuição de custos em processos; e internet da energia (14,6%), composta por startups com soluções em IoT (internet das coisas) e análise de dados da cadeia produtiva.

Por fim, uma parcela menor integra as categorias mercado de energia (8,9%), direcionada às startups que operam na comercialização livre de energia, e baterias (5,7%), formada por empresas com tecnologias inovadoras nessa área.

Estatísticas gerais

Segundo o estudo, quase metade das energytechs possuem um modelo de negócio B2B, isto é, atendem outras companhias. São 71 (46,4%) startups atuando sob esse modelo e outras 60 (39,2%) operando no modelo B2C, como foco nos consumidores finais.

As startups voltadas para o mercado de energia estão concentradas nas regiões Sul e Sudeste, com 43 e 90 startups, respectivamente. Em seguida, aparecem Nordeste, com 10 energytechs, Centro-Oeste, com 4 e, por fim, o Norte do país, com somente 2 startups.

Além disso, mais de 59% delas foram criadas nos últimos cinco anos, o que a pesquisa atribui à relevância que o tema tem ganhado na atualidade, seja pelo abastecimento de energia, seja pela utilização de fontes renováveis e limpas.

No âmbito internacional, as energytechs de todo o mundo já receberam mais de US$ 34 bilhões, capital distribuído entre 848 aportes de investimento, segundo a plataforma Tracx. Somente em 2021, no entanto, já foram US$ 21,4 bilhões, em um total de 468 rodadas, o que a Distrito acredita que pode configurar um novo recorde até o fim do ano.

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