Solução é tornar nossos carros “burros” novamente?
Nas últimas semanas o nome do grupo Volkswagen se envolveu em uma polêmica que estampou a manchete de diversas publicações. O motivo? O grupo teria modificado o seu sistema de emissão de gases poluentes de seus veículos a diesel com a finalidade de manipular o resultado de testes – o escândalo foi tamanho que levou o então presidente do grupo alemão, Martin Winterkorn, a renunciar o posto.
Nesse ponto, pode ser que você tenha pensado em como era a época em que se tinha o bom o velho carro “burro”, sem softwares ou qualquer produto que possa dar a ele o posto de “inteligente”. Por mais tentador que possa ser pensar nessa época, esse tipo de veículo não é mais uma opção.
A lição que pode-se tirar desse episódio, de acordo com o colunista do New York Times, Farhad Manjoo, não é de que nossos carros estão com tecnologia de mais. Pelo contrário: não temos tecnologia suficiente, ainda. O que ele quer dizer com isso? Que quanto antes conseguirmos desenvolver tecnologias para as estradas e automóveis com melhores capacidades para detecção e análise do sistema de transporte, mais capacidade teremos para identificar car hackings, adulterações e outras ameaças.
No momento estamos no meio-termo, no qual automóveis estão se transformando e o potencial da combinação tecnologia e carros ainda está sendo explorado. E, como geralmente acontece nesses períodos, haverá turbulências no curto prazo. Alguns problemas exigem correções rápidas, como no caso da Volkswagen. E isso não significa apenas a substituição do sistema dos veículos a diesel da alemã, mas também do sistema que inspeciona a emissão de gases dos carros – que foi burlado com sucesso.
E, para isso, é necessário muito mais tecnologia – e não menos. Mais sensores, mais estradas inteligentes e mais computadores que possam monitorar um número incontável de dados e verificar quando um veículo não está se comportando como deveria.
A solução? Tornar tudo cada vez mais inteligente e não retirar as tecnologias já existentes de carros, para torná-los burros novamente.